Campanha alerta para importância do diagnóstico precoce do transtorno bipolar

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) está lançando uma campanha nacional sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado do transtorno bipolar. A doença é crônica, afeta de 3% a 8% da população no país, mas pode ser tratada e controlada.

O transtorno bipolar é uma doença em que há alternância de fases de hiperexcitabilidade e agitação com fases de profunda tristeza e depressão. Assim como o diabetes e a hipertensão arterial, é uma doença crônica, e também pode ser tratada e controlada, explica o médico Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP.

Geralmente o transtorno bipolar tem suas primeiras manifestações na adolescência (60% dos casos começam antes dos 20 anos de idade), mas podem ocorrer em qualquer idade. É um dos três distúrbios mentais mais comuns. Os outros são a esquizofrenia e a depressão. É também a sexta principal causa de falta ao trabalho no Brasil.

– Temos que identificar e tratar pessoas com transtorno bipolar, para que elas possam ter uma vida normal e produtiva. Isto significa não apenas tratar o paciente adequadamente, mas também combater o estigma e o preconceito que existem contra as pessoas portadoras de transtornos que afetam a mente, e reintegrá-los à sociedade – afirma Antônio Geraldo da Silva.

Nem sempre os médicos têm facilidade para diagnosticar o transtorno bipolar. Às vezes, pode tardar até 10 anos após os primeiros sintomas, por ter sinais muito parecidos com o de outras doenças.

Uma das maiores preocupações dos médicos no sentido de diagnosticar precocemente a doença é o alto índice de tentativas de suicídio entre os pacientes: cerca de 25%, que diminui para cerca de 10% entre os doentes que seguem o tratamento à risca.

A campanha nacional de conscientização faz parte de um programa de educação continuada da ABP contra o estigma e preconceito em relação a pacientes com transtornos mentais, e inclui a distribuição de material educativo sobre a doença para pacientes e familiares, em hospitais e centros médicos e para profissionais da saúde, além de programa de educação médica continuada.