*Por Heloísa Negrão
O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Bento de Freitas, se reuniu nesta segunda-feira (22) com caminhoneiros autônomos que apoiam a realização de greve dia 29, após o último reajuste do diesel. De acordo com Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, caminhoneiro de Curitiba, no Paraná, ficou decidido que as entidades representativas dos caminhoneiros vão fiscalizar e enviar relatórios para o governo e Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) com denúncias das empresas e motoristas que não cumprirem o preço mínimo do frete. Caberá ao governo aplicar as multas baseado nas denúncias.
Continua depois da publicidade
A reunião durou quase duas horas. Caminhoneiros exigiam sair dali com uma medida que passasse a valer imediatamente em relação ao preço do diesel. O ministro afirmou que não existe uma "fada madrinha, que bate com a varinha de condão na Petrobras e sai o óleo diesel. Nós importamos derivados".
A decisão de chamar representantes de vários Estados e caminhoneiros influentes na categoria partiu da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA). A categoria está dividia sobre a representatividade dos líderes que negociam com o governo. Muitos dos caminhoneiros presentes na reunião estão sendo recebido pela primeira vez pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL).
O governo tem estado próximo do grupo liderado por Wallace Landim, o Chorão, de Catalão, em Goiás. As medidas negociadas por esse grupo não têm agradado a todos os caminhoneiros, que colocam em dúvida a representatividade de Landim.
Continua depois da publicidade
De acordo com Landim, o grupo rival quer se opor ao governo e representa a união de entidades de classe "desgastadas e com futuro abreviado" e "lideranças avulsas que tentam se erguer e (possuem) as costas quentes de interesses partidários e sindicais".
Às voltas com a possibilidade de uma nova paralisação, o governo busca acalmar os caminhoneiros e nas últimas semanas vem divulgando benesses para os motoristas. Em março, o presidente Bolsonaro anunciou um prazo maior (quinzenal) para o reajuste do diesel, a criação de um cartão pré-pago para abastecer nos postos da Petrobras, além de melhoria nas estradas e criação de pontos de descanso.
Na semana passada, o governo afirmou que faria ainda ações para a categoria. Como a abertura de uma linha de crédito de R$ 30 mil para os autônomos e maior rigor para fiscalização do cumprimento do valor do frete. Críticos a essas medidas afirmam que as medidas não resolvem o problema imediado da categoria que é o alto preço do diesel e a falta de fiscalização.
Além dos presidentes da CNTA, Diumar Bueno, e da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), participaram do encontro presidentes de sindicatos estaduais e profissionais que representam grupos ou têm influência sobre a categoria.
Continua depois da publicidade