Sem causar grandes transtornos até agora, a não ser atos isolados de vandalismo, o movimento dos caminhoneiros autônomos promete intensificar a paralisação nacional a partir desta segunda-feira.
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Se a previsão se confirmar, a população deverá começar a sentir os reflexos da redução de caminhões nas estradas, como o desabastecimento de alimentos perecíveis.
Conforme o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, o setor ficará atento para eventuais atrasos na entrega de carnes, hortigranjeiros e congelados.
– Esses estoques são abastecidos diariamente – disse Longo, acrescentando que até o domingo as entregas estavam normais.
Iniciada na última quarta-feira, a paralisação reivindica a revisão de normas da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Como não houve sinalização do governo até sexta-feira, o movimento foi mantido.
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– O Rio Grande do Sul deve amanhecer parado em transporte de carga nesta segunda-feira – prevê Nélio Botelho, presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC).
Neste domingo, um protesto acabou em confusão entre manifestantes e agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Km 345 da BR-392, em Santa Maria.
Com 40% da frota parada, cerca de 80 mil caminhões, as empresas de transporte de carga esperam para hoje uma definição do rumo da greve.
– Se a paralisação for mantida, a tendência é do movimento ganhar força – prevê o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado (Setcergs), José Carlos Silvano.
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No final da noite de domingo, manifestantes protestaram na BR-158, na entrada de Júlio de Castilhos. Ameaçaram impedir a passagem de caminhões de ZH, exigindo presença de equipes de reportagem. Até as 22h, a PRF garantia a livre circulação de veículos no local. ZH não condiciona sua cobertura jornalística a exigências de quem quer que seja – governos, empresas, categorias ou sindicatos. Caso haja bloqueio, a edição desta segunda-feira pode atrasar para assinantes e bancas em locais atendidos pelos centros de distribuição de Santa Maia, Bagé e Rosário do Sul. Até as 2h20min da madrugada desta segunda-feira, não foram registradas outras manifestações e bloqueios nas rodovias federais do Estado.