No quarto dia de greve, os caminhoneiros permanecem fazendo uma manifestação às margens da BR-101, no distrito de Pirabeiraba, em Joinville. Os caminhões estão estacionados em um pátio atrás de um posto de gasolina, enquanto os motoristas ficam durante 24 horas ao lado da rodovia.
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Segundo um motorista, que não quis se identificar, a principal reivindicação da categoria é a queda nos preços do diesel. O combustível teve cinco reajustes neste mês, chegando a cerca de R$ 4 o litro. Segundo o caminhoneiro, as empresas não estão aguentando mais e o governo está abusando nos valores.
— A gente está tirando dinheiro que seria para a manutenção dos caminhões para colocar combustível. De 50% a 60% do lucro que temos vai para comprar diesel — conta.
Segundo ele, uma viagem de Curitiba para São Paulo neste mês custou R$ 400 a mais do que no mês passado. A crítica do caminhoneiro é de que o governo não pode vender o combustível para a população por um preço mais caro do que vende para países vizinhos como a Bolívia, por exemplo.
Outro motorista que não quis se identificar afirmou que o lucro para os motoristas autônomos se tornou irrisório após tantos aumentos consecutivos no valor do diesel desde o início do ano. De acordo com ele, o movimento dos caminhoneiros não vai fechar a BR durante a greve porque querem se manter dentro da lei.
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— Estamos convidando os caminhoneiros que passam a participar da greve, mas não queremos que caminhões com medicamentos, oxigênio para hospitais ou merendas para escolas parem de trabalhar.
Segundo esse mesmo motorista, na manhã desta quinta-feira havia 66 pontos de paralisação em Santa Catarina. Nesses pontos, eles recebem visitas da população, que tem levado comida, água e mantimentos para os manifestantes.