Os caminhoneiros de Santa Catarina, seguindo o movimento nacional, bloqueiam trechos de rodovias no Estado nesta segunda-feira. Até as 19h20min, cinco pontos de três rodovias federais estavam interditados pelos manifestantes, que protestam pedindo a saída da presidente Dilma Rousseff. Todos os caminhões estão impedidos de passar nestes locais, mas os carros e ônibus estão transitando normalmente.
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Mais de 60 caminhões participam do protesto no Planalto Norte
Conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a BR-280 registra bloqueio no Km 122, em São Bento do Sul, desde o início da madrugada, com os caminhões no acostamento. A BR-116 tem três pontos interditados: o Km 54 e o Km 60, em Papanduva, e o Km 138, em Santa Cecília. Por volta de 15h30min, começou o bloqueio no trevo entre a BR-163, em Dionísio Cerqueira, e a BR-280, em Barracão (PR). De acordo com a repórter da RBS TV Chapecó, Eveline Poncio, que está no local, os manifestantes estão nas margens das rodovias e orientando os caminhões a retornarem, não permitindo a passagem.
Mais cedo houve bloqueio no Km 21 da rodovia estadual SC-486, que liga Brusque a Itajaí. Um dos caminhões foi atravessado nas pistas, que só foram liberadas após um princípio de confusão e a prisão de um motorista. Houve ainda um protesto na Jorge Lacerda, também em Itajaí, com pneus queimados no acostamento, mas sem afetar diretamente o tráfego.
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Organizador de manifestação em Itajaí é preso por descumprir ordem da polícia
Em Campos Novos, no Meio Oeste, os caminhoneiros fazem uma manifestação em três pontos das rodovias que cruzam a cidade, mas não há interdições da rodovia até o momento. Os manifestantes estão convocando os caminhoneiros para pararem, mas o que não desejam podem seguir viagem. Todos os que carregam material perecível ou destinado a cooperativas estão liberados.
Caminhoneiros aderem à greve na BR-282, em Campos Novos
Até as 19h desta segunda-feira, a manifestação nacional dos caminhoneiros teve adesão em 14 estados: Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, São Paulo, Tocantins, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Goiás.
As lideranças do Oeste de Santa Catarina informaram na manhã desta segunda-feira que ainda esperam os acontecimentos em São Paulo para decidir por uma ação mais concreta na região. Segundo Junior Bonora, um dos líderes do movimento, a adesão da greve não é ligada a apenas um movimento, apesar de ter as mesmas reivindicações.
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VÍDEO: Estela Benetti comenta a mobilização dos caminhoneiros
Greve dos caminhoneiros no início do ano gerou prejuízo de R$ 20 milhões
Esta é a terceira manifestação dos caminhoneiros neste ano em Santa Catarina. Em fevereiro, a paralisação seguiu por um mês e trouxe transtornos como desabastecimento de combustível e perdas significativas para o setor produtivo no Oeste do Estado. Em março, uma outra movimentação, mas com escala bem menor, foi iniciado e contido em poucos dias.
VÍDEO: Relembre o confronto entre Polícia Federal e manifestantes na greve de fevereiro
O motivo dos protestos no início do ano, no entanto, eram diferentes. Na ocasião, a luta era por uma diminuição no preço do diesel. Desta vez, é pelo fim da corrupção, saída da presidente Dilma e a possibilidade de a categoria se aposentar com 25 anos de contribuição para a previdência.