Um caminhão tombou na SC-418, conhecida como Serra Dona Francisca, na noite da última segunda-feira, em Joinville. Por volta das 23 horas, uma carreta de São Paulo transportava uma prensa de dez toneladas e perdeu o controle na curva entre os quilômetros 91 e 92.
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O peso da carga fez com que o veículo caísse no leito do rio Seco, quase 120 metros distante da pista. O motorista pulou da cabine antes da queda e não sofreu ferimentos. O solo foi atingido com 200 litros de óleo diesel, mas poucos resíduos caíram no rio.
O acidente ocorreu no mesmo local em que, na última quarta-feira, um caminhão tanque tombou e causou o vazamento de 12,4 mil litros de óleo de xisto no afluente do rio Cubatão. É uma substância viscosa usada como fonte de energia em indústrias.
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Técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e Defesa Civil supervisionam a operação de limpeza que envolve 12 pessoas, incluindo funcionários de uma empresa terceirizada contratada pela transportadora. A retirada do material deve seguir até quinta-feira.
São utilizados filtros para absorção do material sólido do rio, detergente biodegradável na limpeza das pedras e raspagem do solo. A recuperação total do bioma deve ultrapassar um mês.
Moradores próximos à região foram instruídos a não utilizar a água para fins domésticos. Os pontos de contenção serão avaliados para mensurar o impacto da contaminação.
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Segundo o coordenador de emergências ambientais da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Jackson Seidel, em 2015 já ocorreram dois acidentes com cargas perigosas atingindo o rio Seco e dois tombamentos às margens da rodovia.
-A autoconfiança é prejudicial. Geralmente, são motoristas experientes que se envolvem nestes acidentes- destaca.
Assim que a Secretaria do Meio Ambiente receber o resultado das análises laboratoriais, o relatório será emitido e as transportadoras serão autuadas por danos ambientais.
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Restrição no tráfego
A Prefeitura de Joinville, por meio da Sema, avança em estudos para reduzir a circulação de cargas perigosas na localidade. A região abriga o rio Seco, afluente do rio Cubatão, responsável por abastecer 65% da cidade.
-Queremos proibir a passagem desse tipo de cargas nessa região devido ao risco de comprometer uma área importante para o fornecimento de água para Joinville. Realizamos reuniões com a Polícia Rodoviária Estadual, sindicatos e estamos em busca de uma solução para limitar os riscos- salientou o secretário do Meio Ambiente, Juarez Tirelli.
Além disso, será solicitada uma reunião com a Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública de Joinville e outros órgãos ambientais do município para definir adequações à rodovia, como instalações de redutores e novas placas.
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Desde 2013, o município conta com uma Unidade de Emergência Ambiental, veículo equipado com mais de 100 itens para contenção de produtos químicos e combustíveis.
-Precisamos exigir atenção redobrada dos motoristas que transportam produtos perigosos. Do início até o posto da Polícia Militar Rodoviária, só temos duas placas informando que é uma área de preservação ambiental-, observa Seidel.
A Sema coloca m prática o Plano de Emergência de Produtos e Cargas Perigosas da Serra Dona Francisca. Periodicamente, são realizados trabalhos de fiscalização e levantamento do fluxo de cargas perigosas na rodovia.
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