Representantes dos comerciantes do camelódromo e Direto do Campo, Comcap e prefeitura entraram em acordo com a União e o Ministério Público Federal quanto à devolução da área que ocupam na Baía Sul, nesta sexta-feira.
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A audiência pública que lotou o auditório da Justiça Federal, no Centro de Florianópolis, durou mais de cinco horas e foi movimentada. Foi acertado que todos que ocupam a área terão o direito de permanecer por, pelo menos, mais dois anos no local.
A proposta de acordo inicial da União foi de que os ocupantes deixassem a área em um ano, a contar do próximo dia 18 de janeiro – data em que deveriam sair, caso a última sentença para o caso fosse cumprida.
– Isso seria impossível. Precisamos tempo para nos organizar, até financeiramente. Nasci e me criei nesta cidade, pago os meus imposto, voto, sou uma cidadã e mereço ser tratada como tal. Não podem me jogar na rua de novo, assim – explicou-se uma das comerciantes, Maria de Souza, 54 anos, quando a palavra foi aberta aos participantes.
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Depois de um intervalo de cerca de 15 minutos, a União voltou ao debate com outra proposta: daria um prazo de dois anos aos comerciantes, mas exigia que a Comcap saísse da área imediatamente, conforme a última sentença, no dia 18. Para os comerciantes, porém, a proposta não interessava.
– Agradecemos a oportunidade que estão nos dando com este prazo mas, sem estacionamento, ou com uma pequena área de estacionamento, não adianta ficarmos lá. Ninguém vai comprar se não tiver onde estacionar seus carros. Desculpe, mas não é com migalhas que vamos nos conformar – argumentou o vendedor de caldo de cana do Direto do Campo Carlos Nunes, 31 anos.
A troca de ideias, desta vez, pareceu mais produtiva do que das outras vezes e a União, depois de outro intervalo, voltou com a proposta definitiva, aceitando manter o estacionamento, por enquanto. Foi com as mãos para o alto que os 112 comerciantes do camelódromo da área da Baía Sul, presentes na audiência, concordaram em sair do imóvel em dois – ou três – anos.
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O advogado da Associação de Camelôs da Cidade de Florianópolis (Acafe), Juliano Schaefer Martins, só se manifestou sobre o acordo após o aval (unânime) dos clientes que compareceram ao encontro. Agora, o desafio da Acafe é pressionar a prefeitura a conseguir outra área para que eles possam se instalar, após a desocupação na Baía Sul.