Nos últimos meses, sem muito barulho, para que poucos percebessem, 30 câmaras aprovaram projetos que criaram 114 novas vagas de vereador em Santa Catarina.

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>> Confira o levantamento por cidades

Em outros nove municípios, projetos estão sendo discutidos e, se aprovados, significarão mais 32 vagas. Além disso, outros 41 municípios podem adaptar suas leis orgânicas para aumentar a quantidade de representantes. Com base nessa movimentação, amparada por uma emenda constitucional aprovada em 2009, Santa Catarina pode ter mais 292 vereadores a partir de 2013.

O arquivamento do projeto em Jaraguá do Sul, na terça-feira, motivado por uma campanha contrária que teve repercussão nacional, levanta, novamente, a reflexão: é realmente necessário o aumento do número de vereadores em Santa Catarina?

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A defesa dos parlamentares é que, com mais cadeiras, aumenta a representação da população.

– Com a medida, outras áreas da cidade poderão ter representatividade. Aumentarão também as possibilidades de discussão, inclusive junto ao Executivo – diz Jaime Tonello (DEM), presidente da Câmara da Capital, que aumentou de 16 para 23 vagas.

O presidente da União dos Vereadores de Santa Catarina, Itamar Agnoletto (PSDB), ressalta que a PEC recompõe vagas que foram extintas e que o aumento exigirá apenas remanejamento de gastos, já que os repasses para as câmaras não aumentam.

As opiniões dos políticos estão longe da unanimidade. O cientista político da Univali, Eduardo Guerini, considera que práticas negativas e escândalos fazem com que a população não acredite nas funções básicas do Legislativo – de promover melhorias por meio de leis e de fiscalizar o Executivo. Por isso, para Guerini, são justificáveis protestos, como de Jaraguá do Sul, contra o maior número de parlamentares.

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– O aumento em quantidade não significa aumento da qualidade dos serviços prestados.

Para ele, o aumento de vereadores é mal-visto, também, porque ampliar gastos é totalmente incompatível com a realidade do Estado e do país.