Praticamente no mesmo instante em que o sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo (Sindestranscol) anunciava, no final da tarde desta terça-feira, a paralisação total do sistema em Blumenau por tempo indeterminado, em função de atraso no pagamento do 13º salário dos funcionários, a Câmara de Vereadores enterrava de vez a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os problemas do serviço na cidade.

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::: Sem 13º, servidores do transporte em Blumenau entram em paralisação total

Durante a sessão desta terça, a Câmara votou um recurso do vereador Ivan Naatz (PDT) que questionava parecer jurídico da Mesa Diretora que autorizou a retirada da assinatura do vereador Oldemar Becker (prestes a assinar ficha no DEM, mas na época sem partido) do pedido de CPI. A chancela de Becker representaria a quinta assinatura no documento, atingindo o número mínimo necessário para a abertura da investigação.

De acordo com o recurso de Naatz, caberia ao plenário, e não à Mesa Diretora, decidir o assunto. Mas, dos 15 parlamentares da Casa, apenas os quatro vereadores de oposição – além do próprio Naatz, Jefferson Forest, Vanderlei de Oliveira e Adriano Pereira, os últimos três do PT – votaram contra. Os demais concordaram com o posicionamento da Mesa Diretora.

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Pouco antes da votação, a bancada da oposição fez um apelo aos demais vereadores, cobrando a abertura da CPI. Enquanto Vanderlei disse que ignorar a situação é “dar uma apunhalada nas costas do povo de Blumenau”, o vereador Fabio Fiedler (PSD), apesar de reconhecer os problemas do transporte coletivo, disse que a CPI não tem fundamento e que ela seria apenas um “espetáculo midiático”.

Recém-empossado líder do governo na Câmara, o vereador Robinho (PSD) também avalia que a abertura da comissão é desnecessária porque, segundo ele, o governo vem tomando as iniciativas necessárias para tentar resolver os problemas, como a recente intervenção do Executivo na Glória e no Consórcio Siga. Além disso, ele questiona os efeitos práticos de uma possível CPI:- O vereador não tem condição legal de propor nenhuma alteração.

Para Forest, o recurso era a última tentativa de abrir a comissão. Naatz, porém, ainda tenta a implantação da CPI por vias judiciais. Segundo ele, há um mandado de segurança tramitando na Vara da Fazenda e a Justiça já teria dado prazo para a Mesa Diretora se manifestar. Ele aguarda uma decisão sobre o caso para janeiro

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