Em números absolutos, a Câmara de Vereadores de Itajaí terá na próxima legislatura quase dois terços das vagas ocupadas por estreantes, com 13 dos 21 eleitos. Como na eleição anterior havia apenas 12 cadeiras em disputa, os dados deste ano não significam que a renovação da Casa foi tão ampla assim – com a reeleição de oito dos 11 atuais vereadores que concorreram.
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> Veja a composição completa da Câmara de Itajaí a partir de 2013 <
Para o cientista político e professor no curso de Direito da Univali, José Everton da Silva, ainda não é possível comparar a atual com a futura composição da Câmara, justamente pelo aumento na quantidade de vagas.
Mesmo assim, ele observa que existe desejo de mudança por parte do eleitor, que demonstra isso quando elege figuras jovens na política e jovens também na idade, como no caso de Dedé (PP), Thiago Morastoni (PT), Anna Carolina (PRB) e Rafa da Padaria da Vila (PRP), todos com menos de 35 anos.
– Com a maior transparência da Câmara, e a TV e o rádio transmitindo as sessões, o eleitor tem mais contato com o Legislativo e aos poucos percebe que algumas pessoas não têm perfil para ser legislador – afirma Silva.
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O professor e coordenador do Programa de Mestrado em Gestão de Políticas Públicas da Univali, Flávio Ramos, acrescenta que as novidades e alternâncias em qualquer nível de poder oxigenam o processo político:
– Quanto mais debate, melhor.
Dos 21 próximos vereadores de Itajaí, 17 pertencem à base aliada do governo Jandir Bellini – que reuniu ampla coligação, com 15 partidos, na campanha de 2012. O vereador mais votado, reeleito para o quarto mandato consecutivo, foi Maurílio Moraes (PSD).
Também ultrapassaram os 2 mil votos Dedé, Douglas Cristino (PSD) e Thiago Morastoni. As mulheres conquistaram quatro vagas, com Susi Bellini (PP), Anna Carolina, Dulce Amaral (PSD) e Neusa Girardi (PMDB).
Sobre a composição das bancadas, o professor Flávio Ramos diz que faz parte do jogo democrático, e que todo Poder Executivo lida com maioria ou minoria na Câmara em algum momento do mandato.
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– Independente do tamanho que tenha, é importante que a minoria faça uma oposição crítica, presente e atuante, porque isso deixa o Executivo em posição de demonstrar transparência nas decisões – destaca.
Se por um lado ter a maioria facilita, ter tantos partidos em torno de uma mesma coligação pode trazer problemas no futuro, como explica o professor José Everton da Silva:
– A partir do terceiro ano de mandato terão muitas disputas internas, porque todo mundo vai querer ser o sucessor de Jandir.