Uma Câmara renovada, com um expressivo índice de 65,2%, e dividida. Este é o cenário que o prefeito eleito encontrará ao assumir, no dia 1º de janeiro. Dos 23 vereadores eleitos, a coligação de Cesar Souza Junior (PSD) leva pequena vantagem: tem 11 nomes. A aliança de Gean Loureiro (PMDB), oito.

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Nenhum dos dois candidatos que disputam o segundo turno tem maioria, o que vai exigir negociação e diálogo constante entre Executivo e Legislativo.

A apuração dos votos de 7 de outubro mostrou uma mudança significativa no plenário da Câmara. Apenas oito foram reconduzidos ao cargo. Doze assumirão pela primeira vez uma cadeira. Outros três – Tiago Silva (PDT), Célio João (PMDB) e professor Lino Peres (PT) – já foram suplentes, mas é a primeira vez que assumem os mandatos como titulares.

O professor de Ciência Política da Unisul, Valmir dos Passos, avalia a renovação como uma necessidade de mudança de postura que a sociedade exige dos representantes que colocam no poder. Ele ainda afirma que, normalmente, há 40% de renovação nos pleitos. – O que se pode afirmar é que prevalece o sentimento de renovação.

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O eleitor não quer uma Câmara oculta, que se limite a ações burocráticas – opina o especialista. Um símbolo da mudança, segundo o professor, é o recordista de votos da eleição. De uma comunidade pobre (Morro do Mocotó), Tiago tem um comportamento ousado, é o idealizador da Parada da Diversidade de Florianópolis e levanta a bandeira contra o preconceito.

– O Tiago simboliza a renovação. A sensação é de um colorido, da capacidade de renovar através do trabalho – sustenta o professor.

Para se manter no cargo, Valmir defende que o vereador deve manter a criatividade, além de não se acomodar na rotina e na burocracia. Outros fatores também influenciam, como o poder de comunicação e a inserção na mídia.

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