A Câmara de Vereadores bloqueou a viagem do prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing (PSD), para participar de um programa de intercâmbio profissional, em Washington, nos Estados Unidos, no período entre esta sexta-feira e 1º de setembro. Neste período, quem ficaria no lugar do prefeito seria o vereador Marcelo Schrubbe (DEM). O projeto precisava ser votado até esta quinta-feira. Porém, com a falta de dez votos favoráveis para incluir o tema na pauta da sessão, a transmissão do cargo marcada para as 17h30min foi cancelada.
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As tentativas do prefeito para reverter a situação duraram o dia inteiro e terminaram numa reunião sem sucesso com os secretários do PSDB. Às 18h30min, o prefeito anunciou que cancelou o curso junto ao Consulado Americano, em São Paulo.
O artigo da Lei Orgânica que trata das regras de sucessão foi alterado este ano por iniciativa de Schrubbe. Assim, na ausência do prefeito e vice-prefeito _ Rufinus Seibt se licenciou para disputar a eleição _, quem assume são integrantes da Mesa Diretora. No impedimento destes, que também são candidatos, assume o vereador mais votado na última eleição municipal. Como vários deles também estão na briga pelo voto, chegou a vez de Schrubbe, que apoia Napoleão Bernardes (PSDB) para a prefeitura, opositor de Kleinübing.
Logo no início da sessão, Schrubbe apresentou requerimento pedindo que fosse incluída na pauta do dia a autorização da viagem do prefeito. O presidente da Câmara, Jovino Cardoso (DEM), suspendeu a sessão para nova reunião. Neste momento, o vereador Marco Antônio Wanrowsky (PSDB) se reuniu com os outros três parlamentares correligionários.
Quando voltou do gabinete, sem esperar o retorno da bancada do PSDB, Jovino colocou o requerimento para inclusão do projeto na pauta em votação. Apesar do apelo de três vereadores da base governista para que fosse esperada a decisão dos tucanos, o presidente da Câmara não cedeu.
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Com 10 vereadores no plenário, tinha quórum para votar. Recebeu sete votos favoráveis e três contrários _ Vanderlei de Oliveira e Vânio Salm (PT), além de Jovino. Para ser aprovado, precisava de 10 votos.
Imediatamente após a votação, o presidente deu por encerrada a sessão e saiu as pressas do plenário, recebendo críticas dos vereadores. Passou pelo gabinete rapidamente, sendo seguido por alguns vereadores, inclusive do PSDB, que havia terminado a reunião da bancada. Todos pediam para que revisse a posição e colocasse novamente o texto em votação. Jovino não fez mais comentários. Sem ter como remediar, os vereadores da bancada governista, liderados por Schrubbe, tentavam uma manobra regimental para votar o projeto. Precisavam reunir assinaturas de 10 parlamentares para fazer uma autoconvocação.
Às 14h, os vereadores se reuniram no plenário. Recolheram sete assinaturas. As mesmas da manhã. Faltavam os dois representantes do PT, o presidente e os quatro tucanos (além de Deusdith de Souza (PP), que está licenciado). Meia hora depois, um telefonema do presidente em exercício do PSDB, Raimundo Mette, a Schrubbe decretou o fim do mistério. No hall de entrada do plenário, o vereador anunciou que o PSDB não participaria da reunião.
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