Passado o Natal, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu elevar de 20% para 35% as alíquotas de importação de diversos brinquedos.

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De acordo com resolução publicada hoje no Diário Oficial da União, ficarão mais caros triciclos, patinetes, bonecos e seus carros, trens elétricos, brinquedos de montar, quebra-cabeças, instrumentos musicais de brinquedo e outros brinquedos com motores. O aumento das tarifas vale até 31 de dezembro de 2011.

A elevação da alíquota de importação de diversos brinquedos de 20% para 35% deve ajudar a indústria nacional a reequilibrar o mercado brasileiro do setor, em que a participação dos chineses já chega a 60%, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Sinésio Batista da Costa.

– O mercado brasileiro terminou 2010 com 60% das vendas nas mãos dos chineses e 40% com a indústria nacional. A expectativa é que possamos chegar a um equilíbrio de 50% para cada lado – disse o empresário.

A alteração na tarifa não ocorreu apenas no Brasil, mas também nos outros países que fazem parte do Mercosul.

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– Na Argentina, os chineses respondem por 92% do mercado de brinquedos, além de 98% no Paraguai e 99% no Uruguai – disse Costa.

Segundo ele, os governos desses países estão oferecendo incentivos fiscais para a instalação de novas fábricas de brinquedos brasileiros na região.

– Muito em breve abriremos uma ou duas fábricas no Uruguai e outras duas no Paraguai – afirmou o executivo.

Costa também destacou que a alíquota de importação no Mercosul de partes e peças de brinquedos caiu para 2% desde agosto deste ano, favorecendo a ampliação da produção regional.

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– O Brasil não produz brinquedos eletrônicos e nem quer produzir. O equilíbrio de mercado que buscamos é com o aumento da produção de bonecas, jogos de tabuleiro e outros – completou.

O empresário estima que, mesmo com os incentivos, a região ainda levará cinco anos para recuperar os 15 mil empregos perdidos no setor nos últimos três anos.