A Câmara Municipal de Vereadores irá abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar eventuais irregularidades na organização da festa de aniversário de Florianópolis, realizada no dia 23 de março deste ano, na Beira-Mar Norte. A CPI havia sido arquivada na Câmara em abril, mas deverá ser instalada até amanhã, por determinação da Justiça, que acatou pedido protocolado por cinco vereadores no Ministério Público Estadual (MP-SC).
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— Entramos com um mandado de segurança no MP-SC, referente ao direito de investigar. A Câmara não pode ser submissa à prefeitura. Se a Câmara não puder exercer seu papel fiscalizador, não tem porquê existir. Graças à Justiça, vamos poder cumprir esse papel — destacou o vereador Pedro Silvestre, o Pedrão (PP).
De acordo com o parlamentar, a CPI provavelmente será composta pelos vereadores Afrânio Boppré (PSOL), Tiago da Silva (PMDB), Roberto Katumi (PSD), Fábio Braga (PTB) e o próprio Pedrão. As principais suspeitas dizem respeito à contratação dos shows da Camerata, Dazaranha e o cantor Buchecha, em evento patrocinado pela Ambev.
Caberá à CPI analisar se ocorreu tráfico de influência do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Social, Doreni Caramori Junior, que utilizou uma de suas empresas para repassar os R$ 500 mil liberados pela Ambev (dona da marca de bebida) para a montagem da estrutura e pagamento dos músicos.
— Vamos investigar o uso de dinheiro público para custear um evento privado, a mistura de um agente público com seus negócios particulares e essa salada de frutas entre administração publica e iniciativa privada. Tudo isso está baseado em uma denúncia detalhada, com notas fiscais e tudo – afirmou Pedrão.
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Instalada a CPI, os vereadores terão 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, para apresentar o resultado das investigações. Em abril, quando a CPI foi arquivada, a prefeitura alegou que não gastou dinheiro público na festa. No mesmo mês, o então secretário de Desenvolvimento Econômico e Social, Doreni Caramori Junior, reforçou que o evento foi organizado por duas empresas. Pouco depois, Doreni pediu a exoneração do cargo.