Entrar em Pomerode já é um mergulho em uma cultura diferente, de cores e sabores irresistíveis, mas em janeiro tudo parece ganhar ainda mais brilho. No Parque Municipal de Eventos da cidade, toda a cultura germânica que dá a fama ao lugar parece exalar de cada canto, prato de comida, copo de chope, traje típico ou caixa de som. É a Festa Pomerana e seus encantos, que logo no primeiro fim de semana atraiu moradores de todo o Vale do Itajaí e turistas de vários lugares do país, mesmo com o calor beirando os 40 °C.
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Nos três primeiros dias da festa, que começou na quinta-feira, 24 mil pessoas passaram pelo evento – 14,3 mil no sábado.
Se a gastronomia é um dos pontos mais fortes, logo na entrada da Pomerana o cheirinho da cuca sendo assada nos fornos à lenha já ganha o visitante pelo estômago. Mas, embora difícil de resistir, a iguaria fica para levar para casa na hora de ir embora, já que dentro do parque as opções gastronômicas são muitas. A hora do almoço de sábado fez o parque lotar, com mesas nas sombras disputadas por quem queria um canto para saborear batatas recheadas, espetinhos de salsichão, Strudel e tantos outros. Na área fechada, onde foi montado o bufê de comida típica, filas se formaram para apreciar a variedade: do joelho de porco ao marreco. Para ajudar a combater o calor, tudo regado a chopes de quatro cervejarias artesanais catarinenses.
Mas o evento vai muito além da gastronomia, já que a 34ª edição da Pomerana traz uma série de atrações durante o dia para entreter os visitantes. Tem o encontro dos grupos de dança folclórica, música ao vivo, o concurso de delícias da tradição alemã e as famosas competições como a corrida do barril ou o desafio do lenhador. Com tudo isso, o clima é de festa para levar a família toda e curtir o dia, comer bem, beber bons chopes, brincar, arriscar uns passinhos de dança alemã e apreciar a tradição de uma das cidades mais charmosas do Vale do Itajaí.
Strudel com sotaque
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O começo da conversa até engana, mas não demora para Angela Maria Santos Alves soltar um “ô, bichinho!” e se entregar. Trabalhando na barraquinha de Strudel na Pomerana, a pernambucana de Recife está morando em Pomerode há três semanas e conseguiu um emprego no evento. Depois de passar uma temporada na Áustria e na Inglaterra, voltou ao Brasil e fez uma viagem a Pomerode. Encantou-se e ficou, sem data para voltar, e com o plano de treinar o idioma alemão (que adora) por aqui. De típico de Pomerode, já está com os sabores de Strudel na ponta da língua.
Mão na massa
Se o cheirinho de cuca atrai todo mundo que entra no parque e a fila para comprar uma das iguarias é grande, o trabalho de Katia Reichel é maior ainda. É das mãos dela (literalmente) que saem as massas e recheios das mais de 600 cucas vendidas por dia na Pomerana. A pomerodense é a responsável pela cozinha e faz tudo artesanalmente, sem máquinas, o dia inteiro mexendo a massa com a própria força. A receita é a da mãe, que era quem costumava estar no lugar principal da cozinha da festa, somente com a ajuda da filha que tomou o posto esse ano. A variedade de sabores é grande, da uva ao chocolate, mas a mais pedida é a clássica de banana com farofa. Outra que Katia diz que tem saído bastante é a cuca mais “exótica”, digamos assim, de linguiça.
Os turistas
“Mas o que é essa festa aqui mesmo?”, perguntam, meio às escuras, os turistas paulistas Mário e Cleide. Sentados em uma mesa prontos para provar um sanduíche de salsichão com mostarda, querem entender melhor o evento que vieram conhecer. Passando as férias na praia, em São Francisco do Sul, o casal veio para Pomerode sabendo o que já tinham visto em programas de TV sobre a culinária da região e estão aproveitando a Pomerana. Depois de ganharem uma breve aula sobre a festa deste repórter e de um rapaz vestido de trajes típicos, degustam o salsichão e aprovam: valeu trocar a praia deste sábado.
Tradição para os adultos…
Refrescando o calor com um copo de chope enquanto aguardava a hora do seu grupo, Carlos Nadolny curtia o clima do pavilhão cultural da Pomerana em trajes típicos que, para ele, são um uniforme. Participante de um tradicional grupo folclórico germânico de Curitiba há 35 anos, o paranaense de 58 anos frequenta o evento há pelo menos uma década e diz ser apaixonado pelo clima, ambiente, música e gastronomia da cidade. Foi ao palco e dançou neste sábado durante o encontro de grupos de dança folclórica.
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… e para a nova geração
Se você acha que as danças folclóricas não atraem a juventude, Andreza Pereira (foto) e a amiga Tayná são a prova contrária. As moradoras de Pomerode se encantaram pela dança e pelas tradições germânicas assim que as conheceram, por incentivo dos pais, e hoje fazem parte de um grupo que se apresenta todos os anos. Fãs da Pomerana, batem cartão todos os dias da festa para curtir a comida e a música típica.
Serviço | 34ª Festa Pomerana
No Parque de Eventos de Pomerode, até dia 22.
Ingressos: R$ 10 de domingo a quinta e R$ 20 na sexta e no sábado.