Nas redes sociais, algumas pessoas brincaram que tantas fotos de gente segurando bananas – em protesto contra o racismo – iria fazer subir o preço da fruta. Humor à parte, a banana é um dos itens que mais encareceu no último mês – 12%, segundo dados coletados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri. Itens básicos como alface, repolho, batata, couve-flor e feijão também estão mais caros.
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O aumento no preço é reflexo da onda de calor extremo dos últimos meses, explica o presidente da Ceasa de Santa Catarina, Geraldo Pauli.
Produtos folhosos como a alface custavam R$ 0,60 em média, em abril do ano passado. Agora são vendidas a R$ 0,10 mais caro.
– Quando há calor as plantas perdem muita água. Geralmente se compensa isso aumentando a irrigação, mas com o calor do início do ano, nada deu conta – explica o orientador de mercado do Ceasa, Thiago Nunes Teixeira.
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Como muitas plantas morreram por causa das altas temperaturas, houve diminuição na oferta e o inevitável encarecimento destes produtos.
Tubérculos, que se desenvolvem debaixo da terra, em geral baixaram de preço – caso da cenoura, alho e beterraba. As duas exceções são a batata e a batata-doce, que estão mais caras porque são plantadas próximas da superfície:
– Quando uma batata recebe muito calor, ela fica verde. Não tem problema para o consumo, mas ninguém compra porque acha que está
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estragada – explica Thiago.
Já a maçã – fruta que está no fim da safra – teve um preço parecido com o do ano passado, mas em março, após uma chuva de granizo, parte da produção foi perdida. O resultado foi o encarecimento de 33%.
Tendência dos preços é cair
A próxima safra de folhosas – alface, couve e repolho – já deve chegar com os preços mais baixos, em maio. Isso porque, plantadas após o calor extremo, foram favorecidas pelo clima, esclarece Thiago. A alface, por exemplo, já chegou a ser cotada por R$ 1 e agora custa R$ 0,70.
Apesar de o Ceasa balizar os preços, supermercados de grande porte – que compram direto do produtor – ainda não vão reduzir seus valores no curto prazo. Isso porque prezam por frutas e verduras de qualidade mais alta para atrair o consumidor, e ainda devem demorar para receber produtos do gênero em quantidade suficiente para que fiquem mais baratos.
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Frutas e verduras que ficaram mais caras*
:: Batata: 11,76% de aumento
:: Alface: 16,67% de aumento
:: Couve-flor: 66,67% de aumento
:: Repolho: 25% de aumento
:: Maçã: 33% de aumento
:: Maracujá: 25% de aumento
:: Banana: 55,56% de aumento
O que está barato*
:: Cenoura: 40% de queda
:: Beterraba: 37,78% de queda
:: Alho: 31,58% de queda
:: Vagem: 28% de queda
*Em comparação com 2013