Com o início da temporada de calor, a população precisa ficar atenta ao maior risco de proliferação do mosquito da dengue. Dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) mostram que o número de casos já está em crescimento em Santa Catarina. Em Joinville, foram identificados 33 focos do Aedes aegypti em outubro, superando os dados dos últimos quatro meses.

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O município acumula 556 focos do mosquito neste ano e está entre as dez cidades com o maior número de casos no Estado. O recorde de registros foi em maio, com 111 em todo o mês. Já nos meses seguintes a média diminuiu, com oscilações de 20 a 31 casos, mas em outubro voltou a crescer.

Joinville tem três bairros infestados

Atualmente, a cidade tem três bairros infestados pelo mosquito: Boa Vista, Fátima e Jardim Sofia. Segundo Nicoli dos Anjos, coordenadora da Vigilância Ambiental de Joinville, isso faz com que exista uma grande quantidade do vetor (mosquito), aumentando o risco de uma epidemia. Ela afirma que a tendência é de que o número de focos cresça ainda mais com o aumento das temperaturas.

— É bem preocupante quando começa a esquentar porque a proliferação é mais rápida e, geralmente no final da tarde, com as tempestades de verão, também acaba acumulando água. Então, em menos de uma semana, ele (o mosquito) já completa todo o ciclo e sai voando — explica.

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Apesar do crescimento no número de focos, o município teve apenas quatro casos de dengue confirmados em 2018 – todos eles no início do ano. Segundo Nicoli, as pessoas foram contaminadas em outras cidades e já chegaram a Joinville com a doença.

Trabalho constante da vigilância

Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, as equipes de vistoria da Vigilância Ambiental circulam pela cidade durante todo o ano para eliminar a água parada das residências e detectar pontos com focos do mosquito.

Um dos problemas encontrados com frequência é o acúmulo de água em calhas entupidas por vegetação. Em caso dos moradores descumprirem as orientações da vigilância, eles podem ser notificados e até multados pelo município.

Dicas para eliminar o mosquito

– Evite usar pratos nos vasos de plantas; se usar, coloque espuma em volta do pratinho;

– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

– Mantenha lixeiras tampadas;

– Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água, lembrando de vedar inclusive o “ladrão” com uma tela de proteção;

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– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

– Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana

– Mantenha ralos fechados e desentupidos;

– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;

– Retire a água acumulada em lajes;

– Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;

– Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito;

– Guarde pneus velhos e outros objetos que possam acumular água em locais secos e abrigados da chuvas

Características do mosquito:

– Mede entre 0,5 e 1 cm;

– Possui cor preta e riscos brancos nas patas, cabeça e corpo;

– Possui 2 pares de asas transparentes;

– Possui 3 pares de patas;

– Voa rasteiro, a no máximo 1 metro do solo;

– Está mais ativo no começo da manhã e fim da tarde.

DENGUE

O que é?

É uma infecção causada por um vírus, que apresenta quatro sorotipos diferentes: DENV1, DENV2, DENV3, DENV4. Quem contrair dengue causada por um sorotipo não estará imune aos outro três. Os sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. A doença pode evoluir para uma forma mais grave e ocasionar sangramento na pele, mucosas, órgãos internos e até levar à morte.

Como se transmite?

A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus. A principal medida é eliminar os criadouros do mosquito.

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Diagnóstico

É realizado por exames laboratoriais ou pela avaliação dos sinais e sintomas apresentados e pela presença da pessoa em áreas com detecção do mosquito transmissor ou com casos de dengue nos 14 dias anteriores ao início do quadro.

Tratamento

Não existe medicamento específico contra a dengue, mas os sintomas podem ser aliviados com o uso de remédios para dor ou febre, prescritos pelo médico. Para prevenir o agravamento da doença, é importante ingerir bastante líquido. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral, AAS) e anti-inflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias.