A Chapecoense com dois jogos marcados para o mesmo dia, times jogando com equipes reservas e até um provável clássico sem valer nada em termos de classificação. Este é o quadro da Primeira Liga em relação aos clubes catarinenses, o que leva a questionar sua viabilidade e utilidade. A competição, que já em seu primeiro ano teve altos e baixos, agora sofre com o calendário ainda mais apertado por conta de modificações nas datas sul-americanas e brasileiras, inchadas a partir do aumento de participantes nas competições.

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O problema maior, agora, são os questionamentos que começaram entre os próprios clubes já participantes, como o Atlético-MG, que ao final de 2016 ameaçava não participar: o presidente Daniel Nepomuceno dizia que com cinco competições confirmadas na temporada, ¿seria quase impossível conciliar a Primeira Liga¿.

A competição criada em 2016 tinha como ideia tentar reviver os bons tempos da Copa Sul-Minas e, também, espelhar o sucesso da Copa Nordeste. Mas o torneio sofreu o revés de perder o Coritiba e o Atlético-PR, insatisfeitos com a divisão de cotas. No caso dos catarinenses, o maior problema é mesmo o calendário. O clássico Avaí x Figueirense, com as derrotas das equipes na primeira rodada, corre o risco de ser esvaziado. Há também a proximidade com o jogo entre os times da Capital pelo Catarinense, marcado para datas próximas.

Por conta da tabela do Estadual, o Figueirense jogou com um time totalmente desentrosado na estreia e o Avaí com uma equipe reserva no segundo jogo, na Ressacada, na derrota por 1 a 0 para o Londrina.

O caso mais grave é o da Chapecoense. Com o calendário apertado (garantidos mais de 70 jogos nesta temporada), gerou-se um conflito absurdo: no dia 8 de fevereiro, o clube tem agendado, para o mesmo dia, dois jogos em competições distintas. A Chapecoense enfrenta o Cruzeiro, pela segunda rodada da Primeira Liga, e também o Avaí, pela quarta rodada do Campeonato Catarinense.

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Por conta de tudo isso, as equipes catarinenses têm se dividido na questão de como encarar a competição. Chapecoense e Avaí, nos jogos que fizeram até agora, foram a campo com times mistos, dando chance para atletas que pouco jogam. Por outro lado, Joinville, Figueirense e Criciúma atuaram com o que têm de melhor na primeira rodada.

O vice-presidente da Primeira Liga, e presidente do Avaí, Francisco Batisttotti, acredita que esta situação seja pontual:

– O maior problemas de datas que convivemos é em relação a Santa Catarina, por conta do Estadual que foi aprovado pelos clubes. Mas registramos em ata, com aceitação dos integrantes, que em caso de problemas com as datas, os times jogariam com equipes alternativas – comenta o dirigente.

A Chape vê o maior problema no Estadual e não na Primeira Liga:

– A Primeira Liga é muito interessante, pois passa a ser um termômetro para o time no início da temporada, já que você joga com alguns grandes do futebol. O que teria que ser repensado é o futebol em nível de Estado – comenta o vice-presidente de futebol da Chape, Nei Maidana.

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No Estadual, com nove rodadas em cada turno e mais duas partidas na final, o time que sonha com o título tem de jogar 20 partidas. Mesmo com problemas de datas, o Verdão não pensa em desistir da Primeira Liga no futuro..

– A competição é benéfica porque todos os anos os clubes ficam procurando jogos para o início de temporada e agora nós temos a Primeira Liga – complementa.