Vamos lançar um desafio: quem nunca tropeçou ao andar no calçadão do Centro de Florianópolis? Ou pior, chegou a cair e se machucar em uma das vias como Deodoro, Felipe Schmidt, Trajano ou Conselheiro Mafra? A situação do calçamento na região chama a atenção. Pedras e lajotas soltas, muitos buracos e passagem totalmente desnivelada fazem parte do trajeto. Um passinho no buraco, outro no desnível do bueiro, outro no piso tátil quebrado. Não está fácil.
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A reportagem da Hora percorreu o local para averiguar a situação que tanto incomoda os pedestres. O estoquista Ediluz Castro, de 34 anos, trabalha em uma loja na Rua Deodoro e afirma que todos os dias vê alguém tropeçando ou caindo no calçadão.
— Muita gente passa por ali todos os dias e, às vezes, nem consegue ver o que tem no chão. Muitos chutam as pedras que estão soltas e acabam acertando outra pessoa sem querer. Já vi muitas senhorinhas caírem e se machucarem também — lamenta o trabalhador.

Segundo ele, é comum ver três funcionários da Prefeitura com um carrinho, arrumando as pedras que estão soltas. Mas ele questiona se o trabalho é suficiente e se não seria preciso uma reforma maior, já que as pedrinhas continuam saindo do lugar e colocando as pessoas em risco.
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Na mesma rua, num ponto mais próximo ao Mercado Público, um desnível mais parece um degrau no meio do calçadão. A dona Therezinha da Silva, 78 anos, ¿graças a Deus¿, nunca caiu ou tropicou. A hidroginástica que ela faz, acredita, a ajuda a ¿não cair fácil¿. Mas acha que a situação poderia estar melhor nas ruas em que tantas pessoas passam.
Risco entre a calçada e a rua

A vendedora Ariane Flores, 25, conta que já viu pessoas de idade caindo ao atravessarem a Rua Álvaro de Carvalho, na esquina com a Conselheiro Mafra. Dois buracos logo na sequência da faixa de segurança são os vilões.
— Se eu fosse contar, diria que todos os dias tem gente caindo. Semana passada uma moça caiu, e tivemos que trazer um banquinho para ela sentar e um remédio, porque o joelho machucou e sangrou — relatou a trabalhadora.
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Um buraco também foi encontrado na faixa de segurança do fim da Conselheiro Mafra, em frente à Praça XV, e que facilmente poderia engolir o pé de um pedestre mais desavisado.
Buracos menores, porém mais fundos, também foram achados na Rua Trajano – um perfeito para levar a cara ao chão – e em frente ao Iphan, no Largo da Alfândega, onde o calçamento já é com lajota. Na Rua João Pinto, a mesma coisa.
Dificuldade com carrinhos
A situação fica ainda mais complicada para quem usa cadeiras de rodas, anda com apoio de bengalas, carrega carrinhos de mercadorias de uma loja para outra, e carrinhos de bebês. A empresária Grazielle Breda, 38, por exemplo, desviava o carrinho onde estava seu filho, Caio Francisco, um pequeno de dez meses, de vários buracos. Às vezes era impossível: a rodinha parava no buraco e engatava.
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— Se para nós é complicado, imagina para quem anda de cadeiras de rodas no Centro. A situação deveria estar melhor — analisou a empresária.

Qual a solução?
A Secretaria de Obras de Florianópolis disse que a manutenção do calçadão é realizada periodicamente “com serviço terceirizado pela Prefeitura”. “Existe uma equipe pequena de calceteiros, especializados nos reparos do pavimento petit pavé, além de outra equipe maior para os demais serviços de manutenção”, informou em nota enviada pela assessoria de imprensa. Por enquanto, novas obras não estão previstas. Já o Largo da Alfândega “conta com um projeto de revitalização que está aguardando a disponibilização de recursos financeiros”, completou a secretaria.
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Onde cobrar
Para denunciar este tipo de situação e sugerir melhorias, o telefone da Ouvidoria da Secretaria de Obras é o (48) 3251-6351. Ou você pode acessar o site e fazer online seu reclame.