Uma das duas caixas-pretas do avião da companhia aérea indonésia Lion Air que caiu no mar na segunda-feira com 189 pessoas a bordo foi encontrada, declarou nesta quinta-feira o chefe do Comitê Nacional de Segurança no Transporte.

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“Encontramos uma das caixas-pretas”, disse à AFP Soerjanto Tjahjono. “Não sabemos se é o FDR (que registra os parâmetros de voo) ou o CVR (que registra os sons no cockpit)”.

Os Exército indonésio anunciou na quarta-feira que podem ter localizado os destroços da aeronave, graças a sonares. Para recuperar as duas caixas-pretas da aeronave, mil pessoas foram mobilizadas, incluindo dezenas de mergulhadores, além de helicópteros e barcos.

O Boeing 737 MAX 8 da companhia aérea de baixo custo Lion Air, que entrou em serviço há apenas alguns meses, desapareceu no mar de Java na segunda-feira. Pouco antes, a tripulação solicitou permissão para o controle de tráfego aéreo para retornar a Jacarta, seu ponto de partida.

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Seu destino era Pangkal Pingang, uma área de trânsito para turistas que desejam aproveitar as praias da vizinha ilha de Belitung.

As autoridades, que descartaram a possibilidade de encontrar sobreviventes, anunciaram que quase 50 sacos mortuários contendo membros humanos foram preenchidos. Os restos mortais estão sendo enviados para o hospital para testes de DNA.

Excepcionalmente, o ministro dos Transportes tomou a decisão de ordenar a demissão do pessoal da Lion Air. “Hoje, vamos substituir o diretor técnico da Lion e substituí-lo por outra pessoa, assim como os técnicos que deram luz verde para a decolagem”, disse Budi Karya Sumadi.

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– Reputação de insegurança –

Mais tarde, ele explicou que essa decisão liberaria o diretor técnico para que ele pudesse ajudar na investigação.

De acordo com a Lion Air, a aeronave foi colocada em serviço em agosto. O piloto e o co-piloto ttotalizavam mais de 11.000 horas de voo e haviam passado recentemente por exames médicos e testes de drogas.

A empresa, que esteve envolvida em vários incidentes, dos quais o mais grave em 2004 com 26 mortos, admitiu que a aeronave havia sofrido um defeito técnico em um voo anterior.

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A partir daí, surgiram questões sobre a possibilidade de defeitos específicos para este novo modelo de aeronave, incluindo possíveis problemas nas ferramentas de medições de altitude e velocidade.

De qualquer forma, o acidente agrava a insegurança do crescente setor de aviação da Indonésia. Companhias aéreas indonésias já foram banidas dos céus europeu e americano.

O arquipélago do Sudeste Asiático, com 17.000 ilhas e ilhotas, é altamente dependente das ligações aéreas e os acidentes são comuns.

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A Boeing suspendeu o lançamento do 737 MAX no ano passado, pouco antes de sua primeira entrega comercial, citando um problema no motor.

A Boeing e a Agência Federal de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB) estão participando da investigação.

* AFP