Caio Silva de Souza, preso por envolvimento na morte do cinegrafista Santiago Andrade, no Rio de Janeiro, afirmou nesta quinta-feira, em depoimento a policiais que o tatuador Fábio Raposo foi o responsável por acender o rojão que acertou o profissional na cabeça durante manifestação em 6 de fevereiro. As informações são do jornal Extra, que teve acesso aos registros.
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Ao ser preso, Souza havia dito a uma jornalista da TV Globo que era ele quem havia acendido o artefato. Após a divulgação do depoimento, o advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende os dois, afirmou que deixará o caso se constatar que seus clientes têm versões conflitantes do episódio.
Nunes disse que não acompanhou o depoimento de Souza, que teria afirmado que foi instado por Raposo a soltar o rojão. A linha de defesa do advogado é de que os dois agiram juntos e que, portanto, responderiam juntos ao processo.
– Primeiro quero saber se Caio prestou depoimento por livre e espontânea vontade ou se foi coagido. Se ele falou porque quis e ficar claro que há um conflito com a linha que tracei, vou ter de deixar. Não posso escolher entre um dos dois, seria como escolher entre dois filhos. Vou conversar com cada um e ler o depoimento – afirma o advogado.
O advogado se disse indignado com notícias de que teria respondido a um processo por enriquecimento ilícito e mostrou documentos de “nada consta” em processos criminais. Nunes disse que tem uma condenação por difamação em processo movido por um juiz.
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– Pesquisei e vi que há outra pessoa com meu nome, mas com um outro sobrenome, processada por enriquecimento ilícito. Eu nunca sofri esse tipo de processo – reclamou Nunes, que acredita estar sendo atacado por causa de sua atuação neste caso da morte do cinegrafista.
Depoimento
De acordo com o jornal Extra, Souza disse no depoimento que colocou no chão o explosivo, que achava ser um sinalizador. O rapaz está preso no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio.
Sobre financiadores de protestos, Souza afirmou que chegou a ver um papel em que a contabilidade do dinheiro distribuído aos manifestantes era feita. Segundo ele, o registro foi publicado na página do Anonymous Rio e do Black Bloc no Facebook. Os dados teriam sido repassado pela ativista Elisa Quadros, a Sininho, a um amigo, que os colocou na rede social.
Souza contou também que esteve na ocupação na Câmara de Vereadores do Rio, no fim de 2013, em que viu a chegada de “até 50 quentinhas para alimentar os ativistas”. Ele confirmou o relato feito por seu advogado nesta quarta-feira, de que haveria pessoas que aliciam jovens para participar dos protestos.
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