Chegar em casa depois de uma viagem normalmente é aquele momento em que você relaxa, sente os peculiares aromas do lar e começa a pensar no que fazer para retomar a vida real. Para Elbio da Cunha, porém, foram instantes de choque.
Continua depois da publicidade
Aos 55 anos, o empresário teve um sentimento que pretende nunca mais viver ao abrir a porta e ver a casa revirada. De lá, criminosos levaram R$ 50 mil em joias, TVs, além de seus dois carros. E pior: de um apartamento, localizado no bairro Vila Nova.
Sem porteiro no prédio onde mora ou qualquer pessoa que avistasse atitudes estranhas, Elbio perdeu bens materiais e adquiriu a sensação de insegurança. Ainda tem esperança de que os responsáveis sejam localizados, mas enquanto isso não acontece, junta os cacos e resolve os problemas que se desenrolaram com o furto ao seu lar, nem tão doce lar, no último dia 29.
– A sensação que tive é que estou abandonado, desprotegido. É a primeira vez que passo por isso e ainda estou tentando entender. A sensação é de que sou só mais um – relata.
Continua depois da publicidade
O caso do empresário é um entre os 20 que ocorreram em Blumenau entre os dias 23 de dezembro e 3 de janeiro. O número – embora considerado alto pela Polícia Militar – é 54% menor em comparação com o mesmo período de 2015 e do ano passado, quando 44 arrombamentos a residências e empresas foram registrados, conforme dados da PM.
Para o tenente-coronel Jefferson Schmidt, comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, a queda reflete a conscientização da comunidade.
– Aposto na prevenção e colaboração da população, que percebeu a necessidade de se atender as orientações para evitar problemas. As rondas também devem ter ajudado nessa estatística, mas mesmo assim não posso creditar só para a PM esses números. No mínimo é um triângulo que envolve as polícias, comunidade e imprensa – destaca Schmidt.
Continua depois da publicidade
Redução também
nos itens furtados
A quantidade de itens furtados dos imóveis também diminuiu consideravelmente na comparação entre os períodos. Entre 2015 e 2016 foram 155 produtos levados pelos criminosos contra 68 entre 2016 e 2017. Queda de 56%. Foi menor também o número de itens como TVs e nooteboks, os favoritos dos bandidos.
De 55 e 17 respectivamente furtados no primeiro período, passou para 13 e cinco nos últimos 13 dias. Conforme o delegado regional Rodrigo Marchetti ainda não é possível dizer que essa redução é uma consequência da retomada da Divisão de Roubos da Polícia Civil, mas este pode também ser um dos fatores.
– Creio que são alguns pontos: a cidade não está mais tão deserta no fim do ano, recebemos reforço no efetivo nas polícias Civil e Militar e reforçamos programas de segurança comunitária, como a Rede de Vizinhos. Acho cedo para dizer que esse número menor é por conta da criação da Divisão de Roubos, mas com certeza a divulgação da criação dessa nova unidade colaborou. Vagabundo também acompanha o noticiário – ressalta Marchetti.
Continua depois da publicidade
PM QUER AMPLIAR PROGRAMA REDE DE VIZINHOS
Eficazes e baratos, programas comunitários de segurança podem ser a solução em regiões onde rondas policiais não são constantes. É o caso, por exemplo, da Rede de Vizinhos, presente em 92 ruas de Blumenau e que aposta na interação entre pessoas que moram na mesma rua para evitar a criminalidade.
O programa é uma das grandes apostas do 10º Batalhão de Polícia Militar para 2017, que quer aumentar para 500 o número de ruas abrangidas pelo projeto.
Sem perspectiva de aumento maciço no efetivo para este ano, a PM pretende aproximar os laços entre vizinhos de determinadas localidades para que essa interação ajude a evitar problemas que se tornaram comuns na cidade, como é o caso dos arrombamentos a residências.
Continua depois da publicidade
Somente entre janeiro e novembro do ano passado, 754 domicílios foram alvo dos bandidos, o que ligou o sinal de alerta para instituições como a Polícia Civil, que recriou a Divisão de Roubos em dezembro com o retorno do delegado Egídio Ferrari.
Hoje a região Norte é a que registra o maior número de ocorrências. Bairros como Itoupava Central (64), Fortaleza (55) e Itoupavazinha (46) são os recordistas no número de arrombamentos a residências.
O fato de ser uma região ampla, espalhada e com diversas válvulas de escape – SC-108 e BR-470, por exemplo – são os argumentos do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da Itoupava Central para o número elevado.
Continua depois da publicidade