Homens e mulheres catarinenses tiveram maior participação no mercado de trabalho no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) trimestral, divulgada nesta quinta-feira, aponta que a taxa de desocupação nos três primeiros meses no Estado foi de 6,5%, a menor do país.

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Em 2017, o percentual de desocupados catarinenses era de 7,9% no primeiro trimestre. Como a pesquisa considera a população acima de 14 anos, isto significa uma redução de 45 mil desocupados no período. Embora as mulheres ainda concentrem maior percentual de desocupação, a pesquisa indica maior abertura do mercado para as trabalhadoras nos períodos analisados: houve redução de 27 mil mulheres no grupo de desocupados, enquanto entre os homens a redução foi de 22 mil.

Na comparação entre cores ou raças, também houve redução de pessoas sem emprego entre brancos, pretos e pardos (a terminologia do IBGE considera como negros o grupo formado por pretos e pardos). No primeiro trimestre deste ano, 9 mil trabalhadores catarinenses declarados pretos constam como desempregados, o que representa 1 mil a menos em relação ao mesmo período do ano passado.

O estudo ainda indica 54 mil profissionais pardos desocupados (16 mil a menos do que no primeiro trimestre de 2017) e 185 mil trabalhadores brancos desocupados (41 mil a menos do que nos três primeiros meses de 2017).

Comparado ao período de outubro a dezembro do ano passado, o primeiro trimestre deste ano apresenta um aumento de 0,2 pontos percentuais na taxa de desocupação, diferença apontada como “não significativa” na pesquisa. Na avaliação do consultor da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Paulo Guilhon, o quadro é positivo.

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—Temos uma taxa de desocupação que continua como a menor do Brasil. A média brasileira é quase duas vezes maior do que a nossa. Apesar dos pesares, estamos muito bem — analisa o economista.

A variação mais positiva de ocupação entre os setores catarinenses nos dois últimos trimestres é do segmento de construção, com 3% de crescimento. Algumas atividades tiveram retração, como no comércio e reparação de veículos (-18%), administração pública (-19%) e serviços domésticos (-7%). A indústria, setor que mais concentra trabalhadores no Estado, manteve o mesmo patamar de trabalhadores na comparação entre os dois trimestres.

A expectativa do segmento, segundo o consultor da Fiesc, é de uma variação positiva nos próximos meses.

—O número de empregados deve crescer porque espera-se uma demanda maior. Quando há uma demanda maior, entram mais recursos no caixa e é possível fazer investimentos, inclusive em contratação de pessoal — destaca Guilhon.

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Outro dado apurado na Pnad trimestral também tem cenário positivo em Santa Catarina. Trata-se da taxa de subutilização da força de trabalho (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial). No Brasil, esse índice subiu de 24,1% entre janeiro e março de 2017 para 24,7% nos três primeiros meses de 2018, o que representa 27,7 milhões de pessoas. É a maior taxa de subutilização na série histórica da pesquisa.

Em Santa Catarina, por outro lado, a taxa entre os períodos comparados caiu de 11,1% para 10,8%, também a menor entre os Estados.

PNAD Contínua X Caged

Há diferenças entre o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), levantamento do Ministério do Trabalho, e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, do IBGE. O Caged leva em conta o saldo de empregos e contabiliza apenas saldo de vagas (admissões menos demissões) com carteira assinada.

O índice do IBGE analisa o estoque da força de trabalho desocupada, e leva em conta ocupações com ou sem carteira. Conforme o Caged, SC abriu 1,9 mil vagas de emprego formal em março (saldo de 87,2 mil admissões contra 85,3 mil desligamentos). Foi o primeiro índice positivo para o mês após dois anos de queda.

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