Em decisão divulgada na quinta-feira, a 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville derrubou liminar de 2014 e considerou improcedente a ação contra o funcionamento do crematório instalado na Santos Dumont. Cabe recurso à decisão. Se não houver outro posicionamento judicial, o serviço privado pode entrar em operação, desde que atenda regras ambientais.

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Na defesa da ação apresentada por dois moradores do Aventureiro, a Prefeitura alegou que foi realizada audiência pública antes da aprovação da lei de permissão dos crematórios. A decisão observa que o projeto não passou pelo Conselho da Cidade – estava em recesso no início de 2011-, mas não seria motivo para anulação da lei.

No questionamento sobre a ausência de licitação, a sentença aponta que os crematórios não se enquadrariam em serviços públicos, o que dispensaria a concorrência.

Crematório de Joinville vive impasse na Justiça

– O poder público não tem o dever inescusável de prestação do serviço de cremação. Trata-se se livre escolha do indivíduo, quando em vida, ou da família dele, após o óbito -, alega a decisão do juiz Roberto Lepper, apontando como dever da Prefeitura a administração de cemitérios.

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Além da pendenga judicial, o crematório foi alvo de polêmica há três anos, com protestos e manifestações de apoio.

Relembre o caso

Agosto de 2006

Um grupo de investidores apresenta a proposta de construção do primeiro crematório da região Norte, numa área atrás do Cemitério Municipal. Além da resistência dos moradores da região, uma nascente tornou o negócio inviável ambientalmente.

Julho de 2007

Começa a funcionar o primeiro crematório de Santa Catarina, em Balneário Camboriú.

Setembro de 2009

O crematório de Itajaí é construído e começa a funcionar, mesmo sem licenciamento, que só foi emitido três anos depois. As instalações foram construídas dentro de uma funerária.

Fevereiro de 2012

Jaraguá do Sul inaugurou o seu empreendimento. O Crematório Catarinense iniciou as atividades no início do ano, nas margens da BR-280. Foram realizados dois estudos – de impacto de vizinhança e arqueológico. A demanda começou com duas cremações por dia. Hoje, as famílias de Joinville estão entre as que mais procuram o serviço.

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Maio de 2012

Uma reunião na Câmara de Vereadores foi importante para a apresentação da proposta de construção do crematório no Aventureiro. Porém, havia insatisfação dos moradores.

Setembro de 2012

Foi quando o crematório de Joinville conseguiu as licenças para a construção e funcionamento.

Maio de 2013

Obras começaram no bairro Aventureiro, em meio a protestos de moradores e empresários.

Fevereiro e 2014

O prédio ficou pronto, mas não pode ser inaugurado porque já havia uma decisão judicial que impedia o funcionamento.

Novembro de 2015

Processo está encaminhado para decisão final 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville.