A bandeira verde ainda não pode ser hasteada, mas as últimas pesquisas de balneabilidade na Beira-Mar Norte, em Florianópolis, indicam que os trabalhos de despoluição – iniciados em março deste ano – seguem o caminho desejado. De acordo com estudos da Casan, companhia responsável pela obra, a quantidade de coliformes fecais encontrados na água já diminuiu 91% em apenas três meses.
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No dia do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, a prefeitura de Florianópolis realizou um passeio de barco para convidados e imprensa para apresentar uma análise sobre os trabalhos de despoluição da Beira-Mar Norte. A Casan foi convidada para apresentar pela primeira vez novidades sobre os trabalhos. Segundo o engenheiro químico da Casan, que acompanha de perto todo o trabalho, Alexandre Bach Trevisan, os resultados são satisfatórios.
As concentrações da chamada Escherichia coli, um coliforme fecal, encontrados nas águas da praia da Beira-Mar Norte se aproximam gradativamente dos valores esperados para a balneabilidade e já diminuíram 91% desde o início da operação da Unidade de Recuperação Ambiental (URA) – que foi inaugurada em março deste ano. No mar, onde as coletas são feitas numa distância de 200 a 500 metros da praia – as variações não foram grandes, conforme o esperado também. E ficou registrado que a chuva afeta bastante a qualidade da água.
O que falta?
Para a Beira-Mar Norte ser considerada balneável, explica Trevisan, é necessário que 80% das amostras de água nos últimos cinco testes (ou seja, quatro pesquisas de cinco) tenham concentração de coliformes fecais inferiores a 800 por 100 mililitros de água coletados. Hoje, este número chega a 50% no total. Estamos quase lá.
Na última pesquisa de balneabilidade feita pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), este número já foi baixo, mesmo em um mês com chuvas: 285 por 100 ml de água. No verão, quando as pesquisas eram feitas quase que semanalmente, os números baixaram conforme a URA operava. Só aumentaram por conta de registros de chuvas.
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Para atingir 80%, é necessário ainda pelo menos três meses já que, fora de temporada, as pesquisas são feitas mensalmente pelo IMA. É preciso mais três coletas positivas para almejar a bandeirinha verde. Mas claro, que se houver um forte período de chuvas pelos próximos meses, a comemoração pode ser adiada.
— Será um marco colocar a primeira bandeira verde na Beira-Mar Norte — avalia o engenheiro.
Trabalhos não param
Enquanto a meta não é atingida, técnicos da Casan e da empresa contratada continuam monitorando as 15 estruturas de concreto que foram construídas ao longo da Beira-Mar Norte e que acondicionam as válvulas que evitam a saída de esgoto direto para o mar. Para se ter ideia, cada uma delas pesa entre 15 e 60 toneladas.
Eles analisam se a comunicação destas estruturas com a URA está sendo feita de forma correta; se as caixas de drenagem não estão admitindo água do mar, coisa que não pode; e ainda precisam encerrar obras de jardinagem, por exemplo, nas áreas onde ocorreram obras.
Engordamento da praia é o próximo passo
O secretário de infraestrutura de Florianópolis, Valter Gallina, que já chefiou a Casan, está satisfeito com os dos trabalhos, assim como o próprio prefeito Gean Loureiro. Gallina tem confiança que até o inicio deste verão, os 3,5 quilômetros de água da Beira-Mar Norte, entre a guarnição de Buscas e Salvamento do Corpo de Bombeiros (perto da Ponte Hercílio Luz) até a Ponta do Coral, estejam próprios para banho.
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— A expectativa é neste sentido. A tendência apresentada pelos engenheiros é que a redução foi drástica. Mas dependemos dos resultados das últimas cinco análises. A última já deu um valor dentro do aceitável, mesmo com chuva. Os números mostram que é possível — concorda o prefeito.
Com esta esperança, a prefeitura já dá início à uma nova fase de estudos sobre o engordamento da faixa de areia da Beira-Mar Norte. Loureiro confirmou que a Caixa Econômica Federal irá apoiar com o financiamento para a obra – a parceria deve ser assinada em julho e a expectativa é que sejam R$ 100 milhões – e que os estudos de impacto ambiental já estão sendo realizados.
— Assim que encerrarmos, já vamos pedir a licença ambiental. Estamos recebendo muitas propostas de competições de esporte na Beira-Mar Norte. Vai ser muito mais que um espaço de práticas esportivas, vai ser um novo ponto de encontro de Florianópolis — sonha Loureiro.