O número de homicídios em Florianópolis e São José diminuiu, pelo terceiro ano consecutivo, segundo um estudo divulgado nesta segunda, 03, pela Secretaria de Estado da Segurança Pública.

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A estatística, que mostra um panorama do Estado, aponta que, na maioria das mortes, os envolvidos têm antecedentes criminais.

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O relatório, produzido pela Diretoria de Informação e Inteligência, mostrou que, de 2011 para este ano, no período entre 1º janeiro até ontem, as mortes causadas intencionalmente por alguém diminuíram de 77 para 53 (31,1% de queda) na Capital.

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Para o comandante da 1ª Região, tenente-coronel João Henrique Silva, a melhora é resultado das operações especiais, da melhoria na inteligência da polícia, da mudança nas técnicas de abordagem e na intensificação de policiamento noturno.

Fluxo de pessoas aumenta no Verão

– Na última operação veraneio, quando o fluxo de pessoas na Capital aumentou, o número de homicídios em relação à temporada anterior foi mantido.

No Carnaval, não tivemos nenhum caso registrado – disse João.

Em São José, onde o número de homicídios caiu de 35 (em 2011) para 27 (neste ano), o melhor índice nos últimos quatro anos. O aumento das apreensões de veículos e armas foram determinantes, segundo o comandante do 7º Batalhão da PM, tenente-coronel Marcos Vinícius.

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– Enquanto em 2011 apreendemos 58 armas de fogo, neste ano recolhemos 83. Só no mês passado, foram 322 veículos apreendidos, mais de 10 por dia.

::: Envolvidos têm antecedentes

O número acumulado de homicídios em 2012 também apresenta uma melhora com relação aos dois anos anteriores. Até o início do mês, Santa Catarina registrou 654 homicídios no ano, contra 692 no mesmo período de 2011 – em 2010 foram 714. A grande maioria envolve pessoas com passagens pela polícia por algum delito.

No caso das vítimas, 66,06% possuem antecedentes, enquanto que 81,05% dos autores dos crimes já tiveram passagens. O comandante da 1ª Região da PM, João Henrique Silva, acredita que o cidadão comum, na maioria das vezes, não é afetado pelos homicídios, porque, geralmente, não envolve o seu meio social.

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Pequenos crimes que incomodam

– A sensação de segurança da população está mais ligada aos pequenos crimes, como furtos, arrombamentos, assaltos. É isso que incomoda as pessoas – diz João Henrique.

::: Falta de atenção às necessidades básicas

O comandante do 7º Batalhão, Marcos Vinícius, vai na mesma linha citada pelo colega João Henrique Silva. Acredita que a questão de segurança reflete no trabalho da polícia, mas tem que ser encarado de forma mais complexa.

– O policial está na rua, mas, muitas vezes, o problema é uma falta de atenção às necessidades básicas da população. Uma questão mais social do que simplesmente de segurança – acrescentou o militar.

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Para o diretor da Delegacia de Polícia da Grande Florianópolis, Ilson Silva, o resultado do balanço de homicídios divulgado pelo governo do Estado é fruto de um conjunto de fatores, entre eles o aumento considerável no número de policiais, o que ainda não é ideal, segundo a avaliação de Ilson.

Mais segurança

– A população está segura, mas trabalhamos com o número de policiais que a gente tem. Não é o ideal. Com o que se tem, se faz muito. Acho que a população da Grande Florianópolis é uma das mais seguras do Estado – complementou Ilson.

:::OAB afirma que sociedade está segura

O presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina, João Moacir Correia de Andrade, acredita que a sociedade está mais segura.

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– A diminuição nos homicídios (na Capital) se deve ao fato de as “gangues” estarem definindo suas áreas de atuação e, assim, um passa a respeitar o outro, já que, muitas vezes, os homicídios se dão por disputas de pontos de drogas ou dividas.

Para João Moacir, a estatística dá embasamento para dizer que a sociedade pode se sentir segura, pois o grande número de homicídios se dá entre pessoas com passagens policiais.

Não é preciso ficar alarmado

– Há crimes passionais, como latrocínio, resistência à policia, bebedeiras. Mas, considerando que um grande percentual de crimes é entre pessoas com antecedentes, não há motivos para a sociedade ficar alarmada – disse João Moacir.

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Para o tenente-coronel Araújo Gomes, as mudanças recentes na legislação e o aumento no consumo de drogas, que tornam o mercado mais cobiçado e disputado, também contribuem para o aumento da violência da região.