A polícia catarinense afirma que o assaltante de bancos Enivaldo Farias, o Cafuringa, 41 anos, comandou pelo menos três grandes assaltos no Estado este ano.

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Os roubos foram na região Sul de Santa Catarina, que Cafuringa teria escolhido para agir por conhecimento da área e o pouco efetivo policial nos municípios. O bando, conforme a polícia, levou em SC pelo menos R$ 1,5 milhão, em assaltos em Sombrio, Forquilinha e Içara.

– Depois do Papagaio e do Seco ele era hoje o mais quente que vinha atuando no Sul – disse o experiente delegado Renato Hendges, da Divisão Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis.

Renatão refere à periculosidade e à habilidade de Cafuringa em planejar megaroubos e arregimentar assaltantes para a sua quadrilha. Em Santa Catarina, ele tem contra si três mandados de prisão preventiva. Cafuringa foi preso na manhã desta quinta-feira, em Cachoeirinha, na região Metropolitana de Porto Alegre (RS).

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Os crimes em SC:

Sombrio

16 de fevereiro

A quadrilha era formada por seis homens que invadiram a agência do Banco do Brasil, no Centro, e rendeu 15 funcionários. Para reforçar a ameaça, os assaltantes colocaram um artefato que seria explosivo foi colocado em uma mesa. O bando levou R$ 600 mil.

Forquilhinha

01 de março

Os bandidos levaram R$ 600 mil da agência do Banco do Brasil após fazer reféns e torturar psicologicamente por mais de 10 horas a esposa e as duas filhas do gerente.

Içara

15 de agosto

Em uma nova ação no Sul do Estado, a quadrilha sequestrou, em Criciúma, a mulher do tesoureiro do Banco do Brasil de Içara. Os bandidos ligaram do celular dela para o marido e exigiram que fosse ao banco e pegasse o dinheiro. Foram roubados nesse crime pelo menos R$ 300 mil.

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Gravações da Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) mostram a quadrilha do assaltante de bancos conhecido Cafuringa combinando um assalto a banco em Içara (SC) na semana passada.

Considerado um dos maiores assaltantes a banco do Brasil e o mais procurado pela polícia, Enivaldo Farias, 41 anos, foi preso na madrugada desta quinta-feira em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, após ter seus passos monitorados há cerca de seis meses.

Ligações grampeadas pela polícia mostram Cafuringa e o comparsa arquitetando a ação na qual a mulher do tesoureiro de uma agência do Banco do Brasil da cidade de Içara foi sequestrada em Criciúma e o funcionário, obrigado a retirar dinheiro do cofre da agência bancária para pagar o resgate. Por cerca de 13 horas, a família foi mantida em cárcere privado. Com R$ 300 mil em posse dos criminosos, a mulher foi libertada sem ferimentos.

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Confira o vídeo com as gravações exclusivas:

Segundo o delegado Juliano Ferreira, que comandou a ação policial, Enivaldo Farias, 41 anos, é foragido das polícias gaúcha, catarinense, federal e paraguaia, suspeito de ataques a banco. Ele estava escondido em uma casa de pai de santo e foi detido sem reagir. O assaltante será encaminhado para o Presídio Central de Porto Alegre. Com o criminoso, foram apreendidos telefones celulares, dinheiro e duas pistolas 9 milímetros.

Após carreira criminosa na Região Metropolitana de Porto Alegre, Cafuringa se envolveu em ataques a bancos e carros-fortes em outros Estados, como São Paulo e Bahia. No Rio Grande do Sul, é apontado como articulador de assaltos a caixas eletrônicos, bancos e carros-fortes. O mesmo tipo de crime teria sido realizado também nos países vizinhos Paraguai e Uruguai, segundo o delegado.

Considerado o principal foragido gaúcho pelos agentes do Deic, Enivaldo Farias é descrito como um bandido meticuloso, que dedica vários dias à observação e ao planejamento antes de atacar.

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Em maio de 2010, Cafuringa conseguiu liberdade condicional. Ele estava desde 2009 no regime semiaberto, num albergue contíguo à Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas. Com a condicional, o apenado podia deixar a prisão e ficar em casa desde que se apresentasse mensalmente à Justiça.

Resgate após emboscada em 2005

Cafuringa é personagem-chave de uma tragédia. Em janeiro de 2005, em Montenegro, ele foi resgatado durante emboscada armada por colegas, quando era levado para uma audiência. Na fuga, um agente penitenciário foi assassinado.

O criminoso foi recapturado quatro meses depois, em São Paulo. Chegou a ser transferido para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ficou pouco tempo lá e e retornou ao RS. Ele chegou a ser investigado, em 2005, por suspeita de envolvimento na morte de Dilonei Melara, que comandou a maior fuga do Presídio Central de Porto Alegre, em 1994. Os policiais não acharam provas de sua participação na morte.

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