Já faz algum tempo que beber um cafezinho deixou de ser um hábito prático e rápido. Apesar da força do conceito Starbucks – entre, retire seu pedido e siga viagem -, a correria do dia a dia não é mais desculpa para não parar e apreciar a bebida do jeito certo. Hoje quem curte café sai de casa para degustá-lo quase como num ritual. Em Blumenau as casas Amantes do Café, Doce Cozinha, Daily Coffee, Offcina Café Coworking e Factory Coffee Bar são apenas alguns dos locais mais frequentados da cidade nos últimos meses.

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De acordo com Albio Momm, gerente de fiscalização tributária da prefeitura, de 2014 para 2015 o número de lanchonetes e casas que vendem café cresceu em 10,6% – no ano passado eram 42 e neste ano são 57 estabelecimentos em atividade.

Motivados pelo sonho do negócio próprio e a vontade de fazer diferente, empreendedores têm apostado cada vez mais nas coffee shops – que não apenas servem café, mas também dão ao cliente a chance de apreciar o ambiente sem pressa ou horário para ir embora. Junto à bebida, a ideia desse tipo de estabelecimento é oferecer pratos exclusivos, além de um ambiente aconchegante e bem pensado.

– Os cafés servidos nessas cafeterias têm um nível de qualidade incomparável aos que você compra no mercado. Quando nosso país passou por uma fase de estabilidade econômica, as pessoas passaram a poder usufruir disso. E pela satisfação de provar algo de um jeito especial você se dispõe a pagar mais, mesmo que implique não consumir todo dia. É qualidade superando a quantidade – explica Catarina Gewehr, professora de Psicologia da Furb.

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Oferta fora da caixinha

No Centro da cidade, móveis rústicos, iluminação baixa e decoração inspirada nas cafeterias da Paris da década de 1930 fazem do Daily Coffee um dos novos points frequentados pelo público. O cardápio tem como carro-chefe o waffle, com massa caseira e mais de 10 tipos de cobertura. Há ainda a panqueca de pão de queijo. Mas o toque especial fica mesmo por conta do ambiente. Cada mesa também ganha uma manta, para ser usada caso os clientes sintam frio.

Desde que abriu as portas, em setembro deste ano, o Daily recebe cerca de 150 pessoas por dia – o número costuma ser maior aos sábados – e serve mais de 100 xícaras de café diariamente. O investimento feito na casa, de aproximadamente R$ 250 mil, ainda não foi compensado no faturamento (que os sócios preferiram não divulgar), mas a previsão é de que dentro de um ou dois anos o capital inicial seja recuperado.

– Nos preocupamos também com a extração do grão de café, com a máquina que usamos, tudo isso. O público é bem exigente em relação à qualidade e precisamos ficar à altura. Não adianta mais oferecer um café bom num ambiente comum, entende? Tem que agregar valor com uma proposta diferente e bom atendimento – destaca Thiago Gonçalves, um dos sócios-proprietários do café.

Café com negócios

Quem curte trabalhar num ambiente pouco convencional ou precisa de um escritório para fazer negócios pode contar com a Offcina Café Coworking, no bairro Itoupava Seca. Paralelamente a um bom café, o lugar propõe uma pausa produtiva em meio à execução de projetos para fazer networking. Ricardo Luiz Guedes, sócio-proprietário, explica que no local o público – cerca de 60 pessoas por dia – tem à disposição salas de reunião, secretária, impressoras, endereço fiscal e toda a estrutura necessária para uma empresa funcionar. Wi-fi e tomadas em todas as mesas permitem ao cliente passar o dia no café.

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– Vendemos a experiência de negócios. Quem vende só o produto tende a ficar pra trás. Tentamos agradar nossos clientes de todas as formas – garante Ricardo.

Ele comenta que, junto ao sócio Alessandro Luciano, encarou a crise como oportunidade para crescer. Os dois investiram R$ 250 mil no local.

– Muita gente reclama e nós sabemos que é essa a situação, mas acho que café desperta muita paixão e comparado a outros negócios, abrir um café é relativamente fácil – aponta.