Aquele copo de café ou xícara de chá que muitas pessoas costumam tomar pelas manhãs podem fazer mais do que ajudar a despertar. Um novo estudo descobriu que as bebidas com cafeína protegem o fígado de doenças.

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Em um estudo anunciado na semana passada, uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Duke University School of Medicine, na Carolina do Norte, sugere que o aumento da ingestão de cafeína pode reduzir a gordura no fígado em pessoas com doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA na sigla em inglês).

Em todo o mundo, 70% das pessoas diagnosticadas com diabetes e obesidade têm DHGNA, a principal causa de esteatose hepática que não é causada pelo consumo excessivo de álcool, disseram os pesquisadores. Atualmente, não existem tratamentos eficazes para a DHGNA, exceto dieta e exercícios físicos.

Usando células e ratos de laboratório, os pesquisadores descobriram que a cafeína estimula a metabolização de lipídios armazenados nas células do fígado e diminuiu o chamado “fígado gordo” de ratos que foram alimentados com uma dieta rica em gordura.

Os resultados da pesquisa mostraram que o consumo de cafeína equivalente a quatro xícaras de café ou de chá por dia pode ser benéfico na prevenção e proteção contra a progressão da DHGNA em seres humanos. O estudo já está disponível online e será publicado na edição de setembro do periódico Hepatology.

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– Este é o primeiro estudo detalhado do mecanismo de ação da cafeína sobre os lipídios no fígado e os resultados são muito interessantes. Café e chá são tão comumente consumidos e a noção de que eles podem ser terapêuticos, especialmente porque têm uma reputação de fazerem mal à saúde, é especialmente esclarecedora – disse Paul M. Yen, um dos autores da pesquisa.

Pesquisas anteriores já associaram a cafeína com a diminuição do risco de doença hepática e redução de fibrose em pacientes com doença hepática crônica. Em 2012, um estudo à parte publicado no mesmo periódico descobriu que beber café reduz o risco de fibrose avançada nas pessoas com DHGNA.