Graças a sua atuação eficiente no cumprimento de mandados de busca e apreensão de drogas, Marley ganhou visibilidade em Santa Catarina. O Golden Retriever, com oito anos, já apresenta os primeiros fios brancos na cabeça.
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O policial mais experiente do Canil Central da Polícia Civil do Estado, na Academia de Polícia de Canasvieiras, Norte da Ilha veio para Florianópolis no ano passado, integrando o programa de intervenção com cães no policiamento civil em Santa Catarina.
De seus oito anos, seis foram dedicados à carreira de investigador, desde que deixou para trás a sua terra natal, o Canadá. Marley, como foi batizado, é um agente que trabalha na apreensão de tóxicos. Golden Retriever puro (parece um Labrador, como no filme Marley e Eu, mas não é), o cão é concentrado em concluir suas tarefas, que executa com inteligência.
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Antes de se mudar, atuou por muito tempo na polícia do Rio de Janeiro. No auge de seus três anos, integrou a equipe que trabalhou nos Jogos Pan-Americanos, em 2007, onde só atuou a elite canina.
Experiente, virou professor
Experiente, Marley foi recrutado para treinar novos policiais. Em 2011, veio para atuar com “instrutor” no curso de formação do Canil.
“Cãopanhia” e parceria
Na divisão de tóxicos, os parceiros de Marley são Bolt – um jovem Golden Retriever que será deslocado para o canil de Blumenau – e Johnny – um labrador pai de família que divide a baia com o filhote, apelidado de Miniatura. Para as operações de choque, entra em cena Cyborg, um abrutalhado American Staffordshire Terrier, com jeito de Pit Bull, dotado de uma mordida cuja intensidade pode chegar a 200kg.
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No início do ano, uma ninhada de quatro Pastores Belgas se juntou ao grupo. Jack, o líder dos novatos, já chama a atenção por demonstrar um faro aguçado e força de ataque. Marley não tem paciência para a agitação e o nervosismo do colega, que já insinua uma posição de dominância na grupo. Jack rosna, mas Marley ignora. Sabe que o novato tem muito a aprender.
Canil da Polícia Militar é referência
A expansão da estrutura de policiamento com cães da Polícia Civil segue os passos de outras corporações, como a Polícia Militar e os bombeiros. Com mais de 30 anos de experiência na utilização de cães em operações, a PM possui um efetivo de 128 cães em 14 cidades catarinenses.
O Canil Central é o maior de todos, em Barreiros, São José, com 40 cães. Para operações de busca de drogas e explosivos, são utilizados cães de faro, como Labradores e Beagles.
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Já em operações de policiamento ostensivo e busca em mata, as raças são Rottweillers, Pastores Alemães e Pastores Belgas de Malinois. De acordo com o sargento Fábio Anselmo, o canil é uma referência em cães de faro no Brasil.
– É certo que nossos cães serão recrutados para a Copa do Mundo de 2014 – afirma.
Como se forma um cão policial
Seleção
::: Um policial experiente e um veterinário avaliam uma ninhada de filhotes e identificam aqueles que apresentam características como concentração, perseverança e dominância.
::: Os selecionados vão para o canil da polícia, geralmente com três meses, e começam o treinamento antes de atuar na rua. Aqueles que não atendem as expectativas são doados, muitas vezes para os próprios policiais.
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Treinamento
::: Faro: os cães são treinados para associar o cheiro de drogas ao seu brinquedo favorito, sem nunca entrar em contato direto com o material. A droga é depositada dentro do brinquedo e o cão é estimulado a encontrá-lo. São premiados com o próprio brinquedo.
::: Caça e defesa: os cães que atuam no policiamento ostensivo são treinados para agir sob comando, seja para buscar um foragido na mata ou para atacar. O treinador estimula o cão a morder o brinquedo na mão de outro policial e o recompensa. Aos poucos, o objeto é substituído até que alvo seja o corpo, protegido por roupas especiais. São premiados com carinho, brinquedos e petiscos.