A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, pouco antes das 13h desta terça-feira, os nomes de quatro indicados pelo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, a cargos de diretoria na instituição. Eles agora precisam receber também o aval do plenário da Casa.

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O indicado para Política Monetária, Reinaldo Le Grazie, foi o que teve a menor votação favorável, com 22 votos pela sua confirmação como diretor do BC e cinco contrários. Já os indicados para a Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho, e para Assuntos Internacionais, Tiago Couto Berriel, tiveram 24 votos favoráveis e três contrários.

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O atual procurador-geral da instituição e indicado para a diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania, Isaac Sidney Menezes Ferreira, foi aprovado por 25 votos a dois.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que tem a intenção de levar os nomes dos indicados ainda nesta terça ao plenário. Recebendo o crivo dos senadores, os diretores do BC já participarão da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 19 e 20 deste mês. Será a primeira participação do novo presidente no colegiado também.

Em 7 de junho, Goldfajn também passou pelo mesmo processo antes de assumir o posto. A sabatina durou pouco mais de quatro horas e ele foi aprovado por 19 votos favoráveis ante oito contrários — o menor placar favorável para um presidente do BC da era do Plano Real, e menor também que o nível de aprovação obtido na CAE pelos quatro indicados à diretoria. No plenário, ele obteve 56 votos a favor e 13 contra.

CVM

O indicado para diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Henrique Balduino Machado Moreira, também foi aprovado nesta terça pela comissão do Senado, por 25 votos a dois.

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Moreira defendeu que a autarquia deve se preparar para um ambiente de mercado “mais dinâmico e informatizado”. Disse que estimular o mercado de capitais é “importantíssimo” para o desenvolvimento econômico, diversificando as fontes de recursos para quem precisa de capital para investir.

— Há percepção de que há risco muito grande em investir em mercado de capitais, mas isso não é verdade. Existe nível de risco que você pretende se submeter ao investir — afirmou.

Moreira ressaltou ainda que a CVM tem feito campanhas para combater o “insider trading”, quando algum agente tem acesso a informações privilegiadas e busca ganhar dinheiro com isso.

— Num mercado de capitais visto como inseguro, investidores não vão querer colocar seu dinheiro — disse.

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Mesmo assim, afirmou considerar importante aprimorar a legislação sobre o assunto, abarcando também o que chamou de “insider secundário”.

— É preciso melhorar tipo penal sobre insider trading, abarcando insider secundário — disse na comissão do Senado.

Ele, porém, não deu detalhes de quais seriam esses aprimoramentos.

Moreira ressaltou ainda que, à frente da diretoria da CVM, pretende se debruçar sobre temas como o equity crowdfunding (uma espécie de financiamento coletivo no mercado de capitais), que tem potencial para alavancar startups, e a mais recente lei de governança nas estatais.

Sobre um eventual ganho de escala no mercado de capitais brasileiro, o indicado afirmou que ainda não houve proposta firme de abertura de uma nova Bolsa de Valores no Brasil.

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*Estadão Conteúdo