Desde 2008 na Chapecoense, Cadu Gaúcho trocou as chuteiras pelo telefone celular e deixou de brilhar nos gramados para se tornar uma importante engrenagem nos bastidores do clube, que só evoluiu desde sua chegada
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Em outubro de 2008, o diretor de futebol da Chapecoense na época, Jandir Bordignon, e o técnico Leandro Machado foram buscar um volante loiro que tinha jogado na Ulbra. Como já havia um Cadu na equipe, Eduardo Luís Preuss, natural de Venâncio Aires (RS), virou o Cadu Gaúcho.
Sob o comando de Mauro Ovelha, foi importante na conquista do vice-campeonato Catarinense de 2009, que garantiu vaga também na Série D. Era o primeiro passo da Chapecoense para chegar na elite do futebol nacional. No mesmo ano, ele participou da campanha do acesso para a Série C.
Em 2010, em virtude de um desgaste ósseo no quadril, parou de jogar. Veio o convite para ser gerente de futebol. No mesmo ano, fez um curso de treinador. Mas foi como dirigente que ajudou a montar a trajetória de um clube que saiu da Série D para a elite do futebol nacional e agora está entre os quatro melhores da Copa Sul-Americana.
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CRESCIMENTO DO CLUBE
– Primeiramente, é motivo de orgulho fazer parte desse crescimento que aconteceu nos últimos anos. Quando cheguei, as condições eram totalmente diferentes. Era outra realidade em relação a vestiários e centro de treinamentos. O ônibus era aquele branquinho antigo (coletivo) e demorava para chegar no treino. Lembro que passavam o rolo da prefeitura no campo pois era muito irregular. Hoje procuramos dar o máximo de conforto aos atletas. Ainda temos muito que evoluir, mas estar numa semifinal de Copa Sul-Americana, representando o Brasil, me deixa muito feliz e lisonjeado.
MOTIVOS DO SUCESSO
– Apesar do crescimento rápido, a diretoria manteve os pés no chão. Não pode investir mais do que arrecada. Além disso, como não temos olheiros, buscamos muita informação de jogadores. Eu e o Maurinho (Mauro Stumpf, vice de futebol) assistimos muito jogos e fazemos contato com técnico e jogadores. Nosso nível de erro nas contratações é baixo.
TRANSIÇÃO PARA DIRIGENTE
– Foi difícil no início. Tive uma lesão no quadril em 2010 e não poderia mais jogar profissionalmente. Os dirigentes da época – Jandir (Bordignon), (Sandro) Pallaoro e Nei (Maidana) tinham seus negócios e precisavam de alguém sempre presente no clube. Então, me convidaram.
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MOMENTOS MARCANTES
– O que mais me marcou foi o jogo contra o Araguaia, no acesso para a Série C. Foi um jogo que deu temporal, chuva de granizo e conseguimos a vaga. Também teve o Fabrício expulso logo no início do jogo. Foi uma partida com muitas adversidades. Outro jogo marcante foi contra o Luverdense, no acesso para a Série B.
CONTRATEMPOS
– Essa ida para a Bolívia me lembrou da viagem para o Alto Araguaia, na Série D, que levamos um dia de viagem. Esses dias estava vendo as fotos. O ônibus não passava em alguns acessos e tivermos que dar uma volta. Paramos num bar para comprar comida e só tinha bolacha recheada e refrigerante. Na viagem para a Bolívia, falava para os atletas que a Chapecoense sempre enfrentou dificuldades.
SAN LORENZO
– Temos que jogar bem lá e sair com um resultado reversível, possível de conquistar a vaga na Arena Condá. É um time de força, de tradição e temos que respeitá-los, mas não temer. Nosso time já enfrentou grandes equipes e conseguiu bons resultados. Temos um grupo de jogadores experientes e o próprio Caio também é muito experiente. Temos esse sonho que é chegar numa final de Sul-Americana.
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CADU NA CHAPECOENSE
2008
Contratado em outubro pela Chapecoense como jogador
2009
Vice-campeão catarinense, vaga na Série D do Brasileirão e acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro
2010
Cadu para de jogar em virtude de uma lesão no quadril. Chapecoense é rebaixada do Estadual em campo, mas permanece com a desistência do Atlético de Ibirama. Cadu vira gerente de futebol.
2011
Chapecoense campeã catarinense. Não consegue a vaga para a Série B.
2012
Semifinalista do Catarinense. Conquista o acesso para a Série A do Brasileirão.
2013
Vice-campeã Catarinense. Conquista acesso para a Série A.
2014
Fica fora das finais do Catarinense e conquista a Taça SC. Consegue a permanência na Série A.
2015
Terceiro lugar no Catarinense. Permanece na Série A. Chega nas quartas de final da Sul-Americana, eliminada pelo River Plate.
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2016
Campeã Catarinense. Semifinalista da Copa Sul-Americana e encaminhada permanência na Série A.
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