As cadeias produtivas da erva-mate e do pinhão serão fortalecidas por meio de um protocolo de intenções que será assinado às 16h desta segunda-feira, na Secretaria de Desenvolvimento Regional de São Joaquim, com o objetivo de aumentar a renda e reduzir o impacto ambiental da produção destes produtos em Santa Catarina.

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A iniciativa é do governo do Estado, por intermédio da Companhia de Desenvolvimento de SC (Codesc), em parceria com a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi) e a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. A assinatura do documento resultará em desenvolvimento regional, com redução dos impactos ambientais gerados pela produção da erva-mate e do pinhão, que integram a economia de SC e possuem relevância cultural nos três estados do Sul do Brasil.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011 SC produziu 36.117 toneladas de erva-mate, gerando uma total de R$ 15,184 milhões, enquanto a produção de 2.476 toneladas de pinhão movimentaram R$ 2,785 milhões.

– A partir do diagnóstico realizado, foi desenhado um projeto para fortalecer estas cadeias produtivas. Além de reduzir a pressão sobre a Floresta com Araucárias, também pretendemos gerar impactos positivos, promovendo a inovação e a agregação de valor a esses produtos, valorizando assim a produção menos impactante à natureza – explica Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.

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Para o governador Raimundo Colombo, essas parcerias são fundamentais para a manutenção da cadeia produtiva sem comprometer o meio ambiente.

– Temos sempre que trabalhar em harmonia com a natureza para não pagar um preço tão alto pelo desenvolvimento. Na medida em que trabalharmos observando todas as normas ambientais vamos aumentar a nossa produtividade sem degradar a natureza _ afirma o governador.

Do pequeno produtor aos grandes investidores

A iniciativa envolverá inúmeros pontos da cadeia destes produtos, como produtores rurais, pequenas e médias indústias, redes de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, além de investidores e representantes do poder público. Para integrar os diferentes atores envolvidos, o projeto prevê a incubação de uma nova instituição, que terá papel de facilitadora, promovendo o fluxo de informações, estratégias e boas práticas em toda a cadeia.

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– Em uma ponta serão organizados os produtores rurais, que passarão a receber orientação e apoio para adotarem práticas de produção com impacto reduzido para o meio ambiente. Com a adoção dessas práticas, eles passam a ter acesso a um mercado diferenciado, formado por uma coalizão de grandes empresas compradoras, interessadas em insumos sustentáveis e com rastreabilidade – ressalta Malu.

A capacitação dos integrantes da instituição facilitadora será feita pela Fundação Certi.

– Buscamos desenvolver um ambiente de inovação, a exemplo do que acontece em outras regiões e setores econômicos, mas com foco no desenvolvimento de cadeias da sociobiodiversidade. É um modelo inovador de desenvolvimento regional, que pode ser aplicado a outros biomas brasileiros – esclarece Marcos Da Ré, diretor do Centro de Economia Verde da Fundação Certi.