Em grande parte do tempo, as cadeiras destinadas à espera dos eleitores ficam vazias na central do cartório eleitoral da 88ª zona, na Rua João Pessoa, 161, em Blumenau. Dezenas de servidores e estagiários da Justiça Eleitoral estão preparados para fazer o cadastramento biométrico, mas o comparecimento segue abaixo do esperado.

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Caso a frequência continue baixa, Blumenau corre o risco de perder o direito de ter segundo turno nas eleições municipais do ano que vem, já que a lei determina que apenas cidades com no mínimo 200 mil eleitores levem os dois candidatos mais bem votados a uma nova fase da disputa.

::: Confira como funciona o cadastramento e o que levar

Atualmente Blumenau tem 241,8 mil eleitores e apenas 38% foram cadastrados desde que a campanha começou, no dia 1º de junho. A chefe do cartório da 89ª zona eleitoral, Viviane Piske, explica que se o ritmo de procura permanecer o mesmo, será difícil atingir os 62% restantes em cinco meses.

A central tem capacidade de atender diariamente cerca de 1,5 mil pessoas e as unidades nos bairros, em torno de 400 cada uma. Quem deixar para os últimos dias corre o risco de esperar horas antes de conseguir renovar o título, garante Viviane.

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– Tínhamos uma média de 1,3 mil eleitores por dia, mas a procura na central da João Pessoa caiu muito. No começo foi bem divulgado, mas os eleitores viram que o prazo é até março e resolveram adiar – alerta.

“Se a política não cheirasse a corrupção, eleitores responderiam ao chamado”, diz professor sobre cadastro biométrico em Blumenau

Quem não fizer o cadastramento biométrico pode ter o título de eleitor cancelado e sofrer algumas sanções, como impedimento para tirar passaporte, assumir cargos públicos, votar nas eleições gerais e se inscrever em instituições de ensino público. Além disso, o eleitor pode sofrer problemas relacionados ao CPF, como o acesso aos benefícios da Previdência Social e Bolsa Família.

O professor do Instituto Federal Catarinense (IFC) em Blumenau Mauro Bittencourt dos Santos, 54 anos, é mesário há mais de 20 e reservou alguns minutos da manhã da quarta-feira para regularizar a situação com a Justiça Eleitoral.

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Desde sua chegada até o recebimento do novo título foram cerca de 10 minutos. De acordo com ele, o atendimento oferecido em Blumenau se assemelha ao do serviço público dos Estados Unidos, onde morou no passado. Para ele, o papel do brasileiro como cidadão começa neste momento:

– A celeridade com que o trabalho é feito aqui é muito atraente para o cidadão. Todas as etapas foram muito tranquilas e rápidas – garantiu Mauro depois de cumprir as etapas do recadastramento.

Três postos atendem na cidade

Cerca de cem pessoas, entre servidores da Justiça Eleitoral e prefeitura, além de estagiários, dividem-se entre as atividades nos três postos de atendimento. Quando não há filas na central da Rua João Pessoa – como era o caso da quarta-feira pela manhã – todo o processo dura em torno de 10 a 15 minutos.

Ao chegar, o eleitor passa por uma triagem, onde apresenta os documentos necessários e é encaminhado para uma sala de espera, até ser chamado para realizar o cadastro, onde os servidores coletam as impressões digitais e tiram uma foto.

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Além da central na Velha, também há dois postos para o cadastro na cidade: no Garcia, o posto fica em frente ao Terminal do Garcia, no antigo Centro Social Urbano (CSU), e no Salto do Norte, em frente ao Terminal do Aterro, no campus 2 da Uniasselvi. Os locais vão funcionar até o dia 30 de novembro. Em todos os postos, o horário de atendimento é das 9h às 18h.