Com o mercado regulamentado a partir desta terça-feira, o Uruguai dá um passo inédito – e polêmico – em relação ao uso da maconha.
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Entretanto, no Chuy, cidade uruguaia da fronteira sul com o Brasil, as medidas promulgadas pelo presidente do Uruguai, Pepe Mujica, não mudaram a rotina dos moradores. O cadastramento para a compra da droga não começou.
As lojas seguem vendendo artefatos temáticos de Cannabis, como caixinhas, sedas e esmurrugadores, sob a justificativa de que não é apenas para maconha, mas também para tabaco. Se mudou alguma coisa nos hábitos de consumo, foi apenas em relação a um possível peso na consciência:
– Antes as pessoas faziam seu fuminho por aqui e, às vezes, levavam advertência da polícia. Agora, todo mundo está mais tranquilo porque, afinal, não é algo ilegal – afirma Patricia Rocha, proprietária de uma loja de artigos diversos na principal avenida da cidade.
Das farmácias, o que se ouve é que as informações ainda não saíram de Montevidéu. Sobre cadastramento, fornecimento e venda, ninguém sabe o que dizer. Alguns nem tinham conhecimento de que o mercado havia sido regulamentado, a partir de um texto de 104 artigos assinado por Mujica.
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– É um assunto muito controvertido, não é todo mundo que concorda. Nós mesmos, aqui, não sabemos se vamos nos cadastrar para vender maconha. Tem muita coisa a ser discutida ainda – diz a dona de uma farmácia no centro do Chuí, Patricia Noboa.
A nova lei uruguaia permite que cidadãos maiores de 18 anos possam cultivar maconha para consumo próprio (até seis plantas por residência) e queusuários possam comprar em farmácias cadastradas. Os interessados serão registrados por impressão digital. Nas farmácias, basta colocar o dedo em um leitor para que a venda seja liberada. O governo uruguaio vai controlar toda a cadeia produtiva da maconha, desde o cultivo até o consumo.