Uns o conhecem por Pelotinha. Há quem o chame apenas de Vira-Lata. Para o técnico do Pelotas, Beto Almeida, ele é um amuleto do grupo que garantiu lugar na primeira divisão do Gauchão em 2010. Celebrizado depois de entrar em campo, na quarta-feira, no jogo diante do Riograndense, um cachorro sem raça definida virou símbolo e recebeu um novo nome.

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Lobo passou a ser considerado um cachorro pé-quente depois de ter invadido o campo e esfriado o adversário na quarta-feira. Tanto que os cerca de 6 mil torcedores no Estádio da Boca do Lobo cantaram em uma só voz:

– Ão, ão, ão o cachorro é Lobão.

Na tarde de ontem, já batizado com o novo nome, ele passeava nas imediações da Boca do Lobo como celebridade. Torcedores queriam vê-lo, tocar nele ou mesmo tirar uma fotografia. No meio da tarde, uma equipe da RBS TV Pelotas chegou para conhecê-lo. No início, Lobo ficou arredio, estranhou o assédio. Bastou alguns minutos para se acostumar com os holofotes: fez poses para o cinegrafista e até latiu no microfone do repórter.

A relação de Lobo com o clube é antiga. Ele mora na praça Dom Antonio Zatera, em frente ao estádio. O garçom Carlos Roberto Campos, o Ceará, 35 anos, trabalha em uma churrascaria ao lado do estádio. Torcedor do Pelotas, Ceará costuma dar comida a Lobo.

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– Se ele não tivesse entrado em campo, a história do jogo poderia ter sido outra – pondera Ceará.

A crença de que Lobo foi decisivo se espalhou pelo estádio e virou tema das conversas depois da partida. O Pelotas vencia por 2 a 0, no primeiro tempo, mas o Riograndense pressionava. O cão entrou em campo para voltar a dar equilíbrio ao jogo. Interrompeu a partida por quatro minutos.

Lobo cavou sob um portão e foi ao gramado. No campo de jogo, passou a seguir o auxiliar Carlos Selbach. Entre as linhas divisória e a linha de fundo, Selbach era seguido de perto. E quando parou no meio do campo, Lobo chegou a pular para alcançar a bandeira do auxiliar. O jogo foi interrompido. Selbach tentou pegar e foi driblado. Delírio da torcida do Pelotas. O cão correu para a goleira do Pelotas, driblou o goleiro e voltou a brincar com o auxiliar. Até que os maqueiros retiraram o célebre mascote.