Um paciente internado com câncer de pele recebeu a visita da cachorra dentro do hospital em Joinville. O reencontro aconteceu na última quarta-feira (3), depois de quase um mês desde que o homem de 60 anos deu entrada no Hospital Dona Helena. Foi o primeiro pet a ser liberado para visitas na unidade, que pretende adotar a ação no programa de cuidados paliativos.
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O homem, que não teve o nome divulgado pelo hospital, deu entrada na unidade em 11 de janeiro diagnosticado com Covid-19. Ele recebeu o atendimento, se recuperou da doença, mas ficou debilitado por ter melanoma metastático – um tipo de câncer de pele que pode causar problemas sérios em outros órgãos – e precisou continuar internado.
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Como o paciente está há bastante tempo afastado da família e longe de casa, o hospital decidiu liberar a visitação para a Lilica, uma cachorrinha Pinscher, de 12 anos. O pet foi levado pela filha do homem, Iolanda Roberta de Oliveira. A visita não foi registrada em imagens para preservar as condições do paciente, mas foi um momento especial para ele se reconectar com a vida fora do hospital.
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– A ação faz parte de uma série de práticas de cuidados paliativos, que busca proporcionar ao paciente um momento de alívio no meio de um processo tão sofrido, em um longo tempo de internação, longe de casa, da família e afastado de sua atividade laboral – explica Maria José Varela, psicóloga e coordenadora do programa de humanização do hospital.
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Pets liberados por lei
A entrada de animais de estimação em hospitais para visitas a pacientes em Santa Catarina foi liberada em uma lei sancionada no fim de julho de 2020. Foram criadas regras específicas, como autorização médica e condições veterinárias, para viabilizar a visitação em hospitais privados, públicos, contratados e conveniados no SUS.
No caso da Lilica, em Joinville, a visitação também precisou atender normas de higienização e segurança. O encontro entre a cachorrinha e o tutor foi realizado em um local fechado, isolado de outros pacientes e profissionais da saúde.
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– A primeira condição para a visita é o atestado de vacinação. O cão chega em uma caixa de transporte, para não ter contato com as instalações hospitalares, saindo dela apenas no lugar onde ocorrerá a visitação, que será higienizado posteriormente. Assim prezamos pela segurança dos pacientes, funcionários e do próprio animal – esclarece Maria José.
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Importância dos cuidados paliativos
A psicóloga do hospital de Joinville afirma que os cuidados paliativos são uma forma de proporcionar conforto e alívio do sofrimento ao paciente, seja ele físico ou também emocional e social.
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Segundo ela, o foco principal é prezar pelo conforto do paciente, abrangendo desde ações médicas e de enfermagem, até a prática terapêutica, com intervenção da terapia ocupacional e da psicologia.
– É para trazer vida. Para que o paciente que esteja em um estado grave aproveite o dia, recebendo uma visita familiar ou comendo sua comida preferida – exemplifica.
A profissional ainda reforça que os cuidados paliativos são o que de melhor a equipe pode oferecer ao paciente quando ele chega a condição em que a ciência já mostrou o seu limite.
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