A Justiça Federal recebeu na quarta-feira a segunda denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tornando-o réu em nova ação relativa à Operação Monte Carlo, que trata de um esquema criminoso de exploração de jogos em Goiás. O juiz que recebeu a denúncia ainda não analisou o pedido de prisão preventiva, o que fará após manifestação da defesa do réu.

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A Justiça, porém, já determinou o recolhimento do passaporte de Cachoeira e de outros cinco acusados, a proibição de viagens ao exterior e a proibição de viagens a cidade fora de onde vivem sem comunicação ao Judiciário – se quiser viajar, por exemplo, para Anápolis, cidade onde vive seu pai, Cachoeira tem de pedir autorização judicial.

A nova denúncia foi oferecida pelo MPF após informações colhidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Distrito Federal que, segundo o procurador Daniel de Resende Salgado, mostraram que o grupo de Cachoeira continuava a agir mesmo após a prisão do contraventor.

– O grupo criminoso continuava atuando da mesma forma que atuava antes da operação Monte Carlo. Entendemos que houve uma reiteração da atividade criminosa.

Após a Monte Carlo, uma nova operação de busca e apreensão encontrou máquinas caça-níqueis com componentes contrabandeados do exterior em pontos já investigados antes.

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O procurador afirmou que alguns áudios de escutas policiais realizadas dias após a deflagração da Operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira em 29 de fevereiro, revelaram que membros da organização diziam que poderiam abrir novamente as casas de jogos porque a polícia não faria um trabalho de enfrentamento constante.

De acordo com Salgado, após a prisão de Cachoeira uma parte do grupo parou de atuar em Goiânia e passou a trabalhar o jogo em Brasília.

– Houve uma migração de parte da organização criminosa, e de forma mais intensa para a capital federal.

O procurador afirmou que a soltura do contraventor “é uma clara violação à ordem pública”. Indagado se o novo pedido de prisão tinha relação com a soltura de Cachoeira ou já estava programado, disse que “o Ministério Público também precisa trabalhar estrategicamente”. Salgado declarou, no entanto, que o MPF aguardava laudos periciais para ofertar a nova denúncia.

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Na próxima terça-feira o pleno da 3ª turma do Tribunal Regional da 1ª Região deve julgar a liminar que permitiu a soltura de Cachoeira referente à operação Monte Carlo – nesta semana ele foi solto após decisão judicial referente à operação Saint Michel. O desembargador Tourinho Neto mandou soltar Cachoeira por considerar ter havido “excesso de prazo”, e não determinou nenhuma medida cautelar. Se o pleno decidir reverter a decisão, Cachoeira terá de voltar para a prisão.