Tão acelerada quanto às transformações tecnológicas é a necessidade de pessoas qualificadas para ocupar posições no setor de TI em Santa Catarina, no Brasil e no Mundo – Não por acaso a concorrência por estes postos de trabalho não reconhece fronteiras.
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E como resultado desta demanda, as startups têm no seu portfólio o desafio permanente de caçar talentos e colocá-los nos lugares em que renderão mais.
Segundo Tomás Ferrari, Ceo e sócio da Geekhunter, empresa da Capital, a falta pessoas qualificadas é a grande dor do mercado. Entendimento que vai ao encontro da afirmação do presidente da Associação Catarinense das Empresas de Tecnologia (Acate), Daniel Leipnitz, que afirma que algumas empresas de TI permanecem com vagas abertas permanentemente à espera destes talentos, referindo-se à dificuldade de encontrar mão de obra.
A Geekhunter, por meio de um processo de seleção inovador, usa inteligência artificial em conjunto com os conceitos mais atuais de recrutamento para selecionar os melhores candidatos, sendo que apenas 5% deles conquistam o selo de qualidade Geek. O resultado foi a queda no ciclo de 60 para 16 dias no processo de seleção de candidatos (tempo médio).
Faltam profissionais no mercado com habilidades e competências para atuarem no segmento tecnológico, embora existam 27,6 milhões de brasileiros subutilizados (desempregados +subocupados + desalentados – que desistiram de procurar emprego), segundo dados do IBGE. O número contrasta com o crescimento exponencial das empresas de TI e com a necessidade constante delas em contratar mais pessoas. Se de um lado está a pressa em abrir vagas para permitir a expansão dos negócios, do outro se faz presente o alto grau de especialização requerida neste setor.
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O desafio fica por conta de oferecer a formação adequada à mão de obra que não pode ser absorvida por falta de qualificação. E para isso, as empresas lidam com outras particularidades. Atualmente, por exemplo, é quase impossível pensar – num ciclo de 5 anos – em um currículo pré definido para preparar um profissional para o setor de tecnologia. Durante esse tempo, as necessidades mudam, a tecnologia torna-se obsoleta, muitas profissões vão deixar de existir, enquanto outras vão surgir com um formato que sequer pode ser imaginado hoje.
No mundo, 60% dos jovens entram no mercado em funções que serão radicalmente afetadas pela automação nos próximos 10 ou 15 anos e mais da metade dos estudantes estão atrás de carreiras que se tornarão obsoletas por avanços tecnológicos e automação de acordo com relatório, divulgado pela Foundation for Young Australians (FYA).
Os caminhos para aumentar a oferta de profissionais e ao mesmo tempo oferecer perspectivas de novas carreiras para quem ainda sequer sonha com o mercado consiste em um quebra- cabeças aos especialistas.
Engajamento das mulheres é chave para o futuro
Tatiana Takimoto, gerente de programas estratégicos da Acate, membro do grupo Mulheres Acate e engenheira elétrica por formação, falou do programa que está sendo desenvolvido com as escolas e do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC para incentivar a descoberta da tecnologia também pelas meninas.
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– Nós participamos de palestras, painéis, eventos em escolas e universidades para discutir o tema da mulher na tecnologia. Estamos nos integrando aos professores e coordenadores, especialmente de engenharia, e também atuando em parceria com algumas empresas para incentivar o empreendedorismo dessas meninas, quanto também para identificar o que estas empresas estão precisando de competências para que elas já vislumbrem para onde podem ir – detalhou.
Segundo Tatiana ainda existe um preconceito muito grande em relação a participação das mulheres nas engenharias e em carreiras voltadas ao setor de tecnologia, por isso é importante não apenas incentivar a entradas de mais mulheres no segmento, mas também para que exista um suporte para que elas não desistam da profissão. A gerente de programas estratégicos conta ainda que o movimento alcança também as mulheres que estão trabalhando em empresas de tecnologia.
– Nós estamos trabalhando o posicionamento, a conscientização e o feedback sobre possíveis hábitos que desvalorizem essa participação. Muita troca de experiência e de conhecimento num grupo que conta com a participação de quase 40 mulheres – Defendem. Tatiana exalta que pela primeira vez uma mulher foi eleita Conselheira da Acate, refletindo o empenho por maior participação feminina no setor.
Um levantamento realizado pela Michael Page, uma das maiores empresas globais de recrutamento especializado de profissionais de média e alta gerência, mostra que há discriminação de gênero no segmento de TI. Dados da Sociedade Brasileira de Computação também mostram que apenas 15% das matrículas nos cursos de Ciência da Computação e de Engenharia são feitas por mulheres.
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Saiba mais:
– Para Leipnitz, atender o crescimento da demanda e criar perspectivas para o futuro passa pelo investimentos no ensino de matemática e lógica.
– Tatiana quer mostrar que tecnologia é também coisa de menina.
– Ferrari defende que carreiras em TI exigem uma combinação única de habilidades que variam de analítica a estatística.