Policiais civis da Diretoria Estadual de Investigações Criminal (Deic) do Rio Grande do Sul, com apoio da Deic de Santa Catarina, cumpriram dois mandados de prisão e dois de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira em Joinville.
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A operação faz parte de uma caçada a uma quadrilha de caixeiros que tem causado dores de cabeça à polícia de Porto Alegre. Desde janeiro, 13 integrantes já foram presos. Desses, apenas quatro permanecem na cadeia. Boa parte dos suspeitos é de Joinville.
De acordo com o inspetor Alexandre Klempes, o grupo investigado já realizou 30 furtos de caixa eletrônico na região metropolitana da capital gaúcha. Há indícios de que o suspeito preso em Joinville tenha participado de pelo menos seis, considerando um roubo no qual os criminosos precisaram render o vigia de um prédio para ter acesso a um dos bancos que foram alvos da quadrilha. Imagens de câmeras de segurança das agências comprovam a participação de Wellington Borba, de 20 anos.
O joinvilense foi preso em casa, na rua Professora Inge Moy, no bairro Aventureiro, zona Leste de Joinville. O mandado de prisão foi cumprido às 6 horas. Os policiais também fizeram buscas na casa, mas nada foi encontrado. Wellington não reagiu e negou participação nos crimes.
Outro mandado de prisão foi cumprido no bairro Aventureiro, mas o suspeito não foi encontrado. A família informou que ele está em viagem. Na casa dele, a polícia apreendeu maçarico e rádios amadores. Outro joinvilense foi preso recentemente em Minas Gerais também por meio de mandado de prisão.
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Wellington chegou a ser preso no último semestre em Porto Alegre com outros dois suspeitos quando circulavam com um maçarico dentro do carro. Ele disse à reportagem que naquela situação eles tentariam furtar um caixa. O trio ficou preso por 12 dias e foi liberado. Após coletar provas do envolvimento dele nos furtos, a polícia conseguiu o mandado de prisão.
– Depois de sair da cadeia, ele voltou a praticar os furtos no Rio Grande do Sul – destacou o inspetor.
As prisões não terminam nesta quinta-feira. A Operação Iririú, que recebeu o nome de um dos bairros de Joinville ondem mora parte dos suspeitos, deve continuar. Conforme o delegado Anselmo Cruz, da Deic de Santa Catarina, a polícia criou um banco de dados com informações dos caixeiros catarinenses e está compartilhando essas informações com as polícias de todo o País. A lista possui mais de 500 nomes. Segundo Anselmo, 90% deles são joinvilenses.
– Infelizmente temos esse know how criminoso a partir da região de Joinville, especializada no arrombamento de caixa eletrônico com uso de maçarico e serra – avaliou o delegado.
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O inspetor Klempes acrescenta que a quadrilha investigada já realizou furtos de caixa eletrônico em quase todas as regiões do País. Porém, a atuação do grupo se concentra principalmente nas regiões Sul e Sudeste. A quadrilha é especializada em arrombamento com maçarico.
Ação flagrada pelas câmeras
Imagens das câmeras de segurança de um dos bancos que foram alvos da quadrilha em Porto Alegre mostram a ação de uma dupla de caixeiros em oito de fevereiro. Segundo a polícia, um deles fez pelo menos quatro furtos em uma semana. A gravação mostra a quarta tentativa quando a dupla foi presa em flagrante. O joinvilense que é suspeito de ser um dos líderes do grupo continua preso.
Confira o vídeo:
Contraponto
Wellington Borba, de 20 anos, preso nesta quinta-feira em Joinville conversou com a reportagem e negou participação nos crimes. Ele confessou apenas que no dia em que foi preso em Porto Alegre circulando em um carro com um maçarico tentaria furtar um caixa, mas que a ação foi frustrada pela polícia. Ele alegou nãi ter envolvimento nos demais furtos apontados pela investigação.