O caça FAB 4100, primeiro de uma série de 36 aeronaves Gripen compradas pela Força Aérea Brasileira, decolou nesta quinta-feira (24) do Aeroporto de Navegantes, em seu primeiro voo no Brasil. O avião partiu por volta das 14h, sob o comando do sueco Marcus Wandt, piloto de testes da Saab, empresa que construiu a aeronave.
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O voo de estreia foi entre Navegantes e a cidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, onde fica o Centro de Ensaios em Voo do Gripen, localizado na planta industrial da Embraer. Foram cerca de 50 minutos no ar, com direito a manobras testes no plano de voo.
Embora tenha capacidade para alcançar mais de 2,4 mil quilômetros por hora, a viagem a São Paulo ocorreu em velocidade de cruzeiro – o caça ainda está sob operação controlada.
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Assista:
Dezenas de militares da aeronáutica acompanharam a preparação para o voo em Navegantes, que contou com um forte aparato de segurança e atraiu olhares na vizinhança do terminal. Todo o perímetro do aeroporto foi cercado por agentes da FAB, com cães farejadores. O cuidado se explica: a nova aeronave, com valor estimado em US$ 60 milhões, é um ativo militar de segurança nacional.
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, destacou a importância da chegada do primeiro avião.
— É uma imensa satisfação para a Força Aérea Brasileira ver esta aeronave voando em território nacional. O F-39 Gripen, novo caça multimissão da Força Aérea Brasileira, será a espinha dorsal da Aviação de Caça e veio para reafirmar o compromisso da FAB em manter a soberania do País – afirmou.
O F-39E Gripen acaba de realizar o seu primeiro pouso em território nacional.
A aeronave chegou ao Centro de Ensaios em Voo do Gripen, em Gavião Peixoto/SP. @DefesaGovBr @saabdobrasil#FAB #Gripen #AsasQueProtegem pic.twitter.com/dDX9jT5UZz— Força Aérea Brasileira (@fab_oficial) September 24, 2020Continua depois da publicidade
O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, destacou a importância da transferência de tecnologia entre Brasil e Suécia, prevista na aquisição das aeronaves.
— O Gripen aumenta a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira e impulsiona uma parceria que fomenta a pesquisa e o desenvolvimento industrial dos dois países.
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A transferência de tecnologia entre a Suécia e o Brasil é um dos motivos pelos quais o Gripen ficará na Embraer. O acordo prevê que a empresa brasileira colabore com a Saab na construção de dois modelos de caças: parte deles terá as mesmas configurações do FAB4100, e outros serão construídos com dois assentos.
A expectativa é que as primeiras entregas ocorram no ano que vem.
A compra das aeronaves, por US$ 4 bilhões, ocorreu em 2014, no governo Dilma. Os novos caças vão substituir a frota atual da FAB, que é de aviões antigos, de 1970.
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A escolha de um piloto da Saab para o primeiro voo no Brasil ocorreu porque, embora já tenha sido caracterizado como uma aeronave militar brasileira, o FAB4100 ainda não foi incorporado à frota nacional. O avião será apresentado oficialmente pelo governo no dia 23 de outubro, em uma cerimônia em Brasília.
Até lá, o Gripen permanecerá em testes dos sistemas de controle de voo e de climatização, e avaliações de performance em clima tropical. Também será testada a integração de armamentos e o sistema de comunicação, que fornece dados criptografados e comunicação de voz entre os aviões.