Mais do que coragem para encarar a tesoura, cabelo curto exige atitude. É preciso ter uma boa conversa com o espelho e com o cabelereiro antes de se deixar seduzir pelo calorão dos últimos dias e pelas fotos de antes e depois de Anne Hathaway.
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– Pense se existe um desapego em relação ao comprimento, se é uma convicção ou só um apelo de moda. Lembre que o curto não é mudança só no cabelo. Ele pede também um novo posicionamento de estilo e personalidade – alerta Janaína Dourado, hair stylist do salão Werner do BarraShopping Sul, defensora e especialista em curtos.
Com a convicção em dia, a transformação ocorre sem – ou com menos – medo.
O novo posicionamento de estilo comentado por Janaína Dourado foi a primeira reação ao curto sentida pela atriz Emma Watson, dona de uma das transformações mais radicais dos últimos tempos. De olho no corte “joãozinho” para modernizar a imagem e se afastar da ingênua Hermione de Harry Potter, Emma declarou ter renovado os acessórios e virado fã dos brincos pequenos, que não competem com o cabelo, e das gargantilhas, que valorizam o pescoço. A loira Michelle Williams, que passou a tesoura em 2010 e desde então mantém o curto, foi ao shopping e voltou com sacolas cheias de blusas e vestidos com decote arredondado.
– É o decote que mais combina com cabelo curto. Dá um aspecto vintage e deixa o visual mais feminino – justificou.
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Apesar da liberdade que o cabelo curto oferece, exigindo menos trabalho e tempo para lavar e secar, o estilo traz a responsabilidade de seguir um rigoroso calendário de retoques – alguns cortes exigem visitas quinzenais ao salão. É preciso ainda abastecer a nécessaire com produtos especiais para dar textura ao novo penteado. Pomadas, ceras e leave-ins encorpam os fios e evitam um aspecto escorrido e sem forma.
– Um cabelo fininho requer um produto que dê volume, mas que não pese ou dê aparência de sujo. Já o para um cabelo mais grosso é necessário um produto mais pesado e com acabamento de brilho – ensina Janaína Dourado.
A equação do resultado perfeito, segundo ela, é essa:
– 50% é um corte bem feito, 40% o produto certo e 10% o jeito certo de arrumar em casa.
O curto ideal
A boa e velha pesquisa de estilos nas revistas do salão é válida, mas é preciso fazer uma seleção das inspirações preferidas. Procure por fotos de mulheres que têm o cabelo parecido com o seu – em cor e textura. Se for do tipo que se cansa rápido de um penteado, dê atenção à forma como estilizam o corte em diferentes situações. A atriz Ginnifer Goodwin, por exemplo, é mestra em fazer grandes mudanças com pouco cabelo. Adepta do curto há três anos, ela alterna looks com e sem franja e é fã de grampos com pedrarias para posar no tapete vermelho.
As inspirações tiradas de revistas são meio caminho andado. O restante do trajeto rumo à transformação passa pela conversa com o cabelereiro, que vai analisar seus traços e identificar qual estilo de curto casa melhor com seu tipo de rosto, com o tempo que você dispõe todos os dias para se arrumar e como gosta de manter o cabelo. Curto, definitivamente, não é para todo mundo. Janaína Dourado decreta:
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– O curto é contraindicado para a mulher que não está preparada para cortar o cabelo. É uma forma de libertação misturada com modernidade e uma pitadinha de personalidade, mas se a mulher não sabe, não tem certeza e tem medo, não dá certo.