A BYD decidiu rescindir contrato com a Jinjiang Construction, empresa responsável pela reforma das instalações da fábrica em Camaçari (BA), após denúncias de trabalho análogo à escravidão. A montadora chinesa recebeu na última segunda-feira (23) uma notificação do Ministério do Trabalho e Emprego de que a construtora terceirizada havia cometido graves irregularidades.

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Diante disso, a BYD decidiu encerrar o contrato com a empreiteira para a realização de parte da obra na fábrica, e estuda outras medidas cabíveis. A companhia reforçou que os funcionários não serão prejudicados por conta da decisão, garantindo que todos os seus direitos sejam assegurados.

Os 163 trabalhadores dessa construtora serão, segundo a BYD, transferidos para hotéis da região. O caso veio à tona depois de reportagem da Agência Pública, no final de novembro, que expôs as condições péssimas de trabalho, que iam de agressões físicas, alojamentos sujos, aglomerados, mal iluminados, sem divisão entre homens e mulheres, e banheiros sem limpeza. Também foram divulgadas informações de operários atuando sem equipamentos de proteção e submetidos a rotinas de 12 horas por dia, de domingo a domingo.

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De acordo com a agência, a BYD teria contratado três empresas chinesas, sendo que a Jinjiang Group fazia o serviço de terraplanagem. A empresa se manifestou sobre o caso através do vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy.

— A BYD Auto do Brasil reitera seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, em especial no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores. Por isso, está colaborando com os órgãos competentes desde o primeiro momento e decidiu romper o contrato com a construtora Jinjiang — afirmou Baldy.

Em apresentação das obras da fábrica no dia 2 de dezembro, a BYD já havia informado que respeitaria a legislação brasileira e que estava aprofundando as fiscalizações. A rescisão, contudo, só ocorreu após a atuação do MTE.

Ao todo, são R$ 5,5 bilhões em investimentos na fabricação de veículos na Bahia, com a produção no primeiro semestre dos modelos Dolphin Mini (elétrico) e Song Pro (híbrido plug-in). A BYD não informou se a rescisão do contrato pode atrasar esse cronograma.

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Veja fotos da apresentação da fábrica da BYD na Bahia

Por Lucia Camargo Nunes da @viadigitalmotorsoficial.

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