Um dia após a suspensão da assembleia de credores da Busscar, a fabricante de carrocerias de ônibus reforçou, em nota oficial divulgada nesta quarta à tarde, que vai voltar a sentar à mesa de negociações com os principais credores.
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Mas apontou uma condição: vai estudar “adaptações necessárias ao plano desde que sejam viáveis diante da capacidade de pagamento da empresa.” As dívidas são de R$ 868,88 milhões, segundo relação apresentada à Justiça.
O novo plano, que deverá ser apresentado na continuação da assembleia em um prazo de até 60 dias, ainda não começou a ser discutido. A definição de uma data é prioridade do administrador judicial Rainoldo Uessler e do juiz responsável pelo caso, Maurício Cavallazzi Povoas.
– Entendemos que os credores e a empresa precisam sentar e conversar. Mas queremos que eles nos digam exatamente quanto tempo levarão para construir este novo plano. Se eles precisam de 15 dias, marcaremos a assembleia ao final deste período. Se precisarem, de 30, de 45 dias, tudo bem. O juiz concedeu o prazo máximo de 60 dias, mas isso não significa que uma nova assembleia ocorrerá somente daqui a dois meses. O que eles precisam estar cientes é que agora é a oportunidade de conversar e de se resolver -, disse Uessler.
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Segundo o advogado Dicler de Assunção – que representa os ex-sócios da Busscar Randolfo Raiter e Valdir Nielson – o momento é de deixar “as coisas se assentarem”. Os clientes dele têm R$ 304,97 milhões a receber ou 35,1% do total que a Busscar deve. Ele passou o dia recebendo ligações.
– É necessário sentir as diversas interpretações antes de começar a elaborar propostas.
Calmaria
O presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região, Evangelista dos Santos, espera calmaria por parte dos credores até o final da semana. A expectativa dele é de que as novidades comecem a aparecer em 15 dias.
– Mas vamos esperar até o final da semana para entrar em contato com os credores que estavam apresentando propostas para saber o que está sendo feito.
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As dívidas trabalhistas são de R$ 115,6 milhões, ou 13,3% do total.
Mas o sindicato não deve participar efetivamente da construção de uma proposta.
– Queremos que a empresa e os credores que se apresentaram lá, como os bancos Santander, BNDES, o doutor Dicler e o representante dos investidores chineses conversem. Aí, quando houver algo concreto para os trabalhadores, nós poderemos avaliar o que vamos fazer -, explica Evangelist
Confira fanpage do projeto Busscar.
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