O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, apresentou nesta quarta-feira uma estratégia para diminuição do aquecimento global que prevê a redução dos gases causadores do efeito estufa até 2025. Em discurso no Jardim da Casa Branca, Bush, que no começo de seu mandato se mostrou um grande cético em relação ao aquecimento global, assegurou que a adoção de novas leis firmes e de incentivos apropriados colocará os EUA em um “caminho ambicioso para a redução de gases estufa”.

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As propostas para se conseguir a meta, no entanto, foram poucas no discurso presidencial. A mais significativa é começar a cortar as emissões na indústria energética a partir de um prazo de 10 a 15 anos.

– Temos que diminuir o mais rápido possível o crescimento das emissões no setor energético, de modo que estas alcancem seu teto em 10 ou 15 anos e comecem a diminuir a partir de então – apontou o dirigente americano.

Bush, porém, mostrou-se contra a imposição de cortes obrigatórios, de limitar a energia nuclear e de castigar as empresas poluentes com mais impostos. O discurso, ao qual a Casa Branca quis dar uma grande publicidade, recebeu críticas imediatas, que podem ser resumidas em: “muito pouco, muito tarde”.

O Congresso americano deve debater, a partir de junho, uma série de propostas legislativas que vão além das propostas presidenciais e que incluem a adoção de cortes obrigatórios similares aos que já existem na União Européia (UE). Bush fez referência a essas propostas e advertiu que “uma má legislação traria muitos custos à economia e às famílias americanas, sem cumprir as metas ambientais que compartilhamos”.

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Também se mostrou contra “exigir cortes de emissões drásticos e repentinos” que, segundo ele, não têm possibilidade de serem alcançados e, além disso, podem prejudicar a economia.

– O melhor caminho é fixar metas realistas para que as emissões sejam reduzidas de maneira consistente com os avanços tecnológicos e, ao mesmo tempo, possamos aumentar nossa segurança energética e garantir o crescimento de nossa economia – declarou o presidente americano.

Os EUA são um dos principais países emissores de dióxido de carbono, mas Bush, que rejeitou o Protocolo de Kioto em suas primeiras medidas como presidente, afirma que impor cortes obrigatórios prejudica a economia e coloca seu país em desvantagem frente a nações emergentes que não tomaram medidas para reduzir suas emissões.