As autoridades na Argentina precisaram interromper, nesta quinta-feira (7), parte das buscas ao avião que desapareceu no dia anterior, quando levava três brasileiros, dois deles de Florianópolis, em viagem no sul do país vizinho. Isso porque as condições climáticas da região de Comodoro Rivadavia, onde se concentra a procura, são desfavoráveis, com chuva.

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Segundo o órgão que controla o tráfego aéreo argentino, a Empresa Argentina de Navegação Aérea (EANA), um voo de reconhecimento operado pela Força Aérea Argentina confirmou a interrupção ao menos das buscas pelo ar no início da tarde desta quinta. As autoridades locais mantêm, no entanto, os trabalhos terrestres com a Defesa Civil e no mar com a Prefeitura Naval Argentina, autoridade marítima no país.

As condições meteorológicas ruins também são associadas a uma hipótese que tenta explicar o desaparecimento do avião. Ela foi levantada pelo presidente do aeroclube de El Calafate, Freddy Vergnole, em entrevista ao jornal local Diario Jornada. Ele esteve com o trio antes da decolagem e conversou com o piloto de outro avião que percorreu o trecho na ocasião.

Segundo ele, por conta do clima, houve formação de gelo nos aviões que passaram pela região de Comodoro Rivadavia naquela altura, situação para a qual um avião pequeno não está adaptado. O gelo se acumula nas asas e produz peso sobre a aeronave, além de poder danificar o motor, exigindo habilidade do piloto para se desvencilhar da situação.

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As autoridades argentinas à frente das buscas, no entanto, não endossaram essa versão até aqui nem comunicaram o que pode ter ocorrido com o avião.

A operação de busca também é dificultada pelo fato de não ter sido ativado até então um equipamento que auxiliaria na localização do avião em caso de acidente, segundo também informou a EANA.

Trata-se do transmissor localizador de emergência (ELT, na sigla em inglês), que é acionado pelo impacto de uma eventual queda ou pode ser ativado manualmente pelo piloto. O aparelho transmite sinais que podem ser capturados por uma base aérea, o que auxilia órgãos de busca e salvamento, e tem uso requisitado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em aeronaves civis, caso do avião agora desaparecido.

O avião partiu de El Calafate, na fria região da Patagônia, no período da manhã de quarta. Eles tinham como destino a cidade de Trelew, também no sul argentino.

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O trio estava a bordo de um avião de pequeno porte, de modelo RV-10 e matrícula brasileira PP-ZRT, segundo a Defesa Civil de Chubut, uma província do país. Já na metade final do trajeto, eles fizeram um último contato com a base aérea de Comodoro Rivadavia, em região litorânea onde agora se concentram as buscas pelo avião.

Eles haviam passado o final de semana na cidade, onde participaram de uma celebração pelo aniversário de um aeroclube local, na província de Chubut. Quando partiram de El Calafate, outras duas aeronaves também decolaram juntas e chegaram ao seu destino final, Puerto Madryn, cidade que é vizinha a Trelew.

As identidades dos três tripulantes foram confirmadas nesta quinta pela família de um deles. Tratam-se do empresário Antônio Carlos Castro Ramos, do ramo da construção civil de Florianópolis, do advogado Mário Pinho, também da capital catarinense, e do médico Gian Carlos Nercolini, conforme publicou o G1 SC.

— Os três tripulantes do avião são amigos. Todos têm seus próprios aviões e são pilotos experientes — disse Adriana Althoff, prima da esposa de Pinho, ao G1 SC.

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Toninho, como também é conhecido o empresário, é dono da aeronave e habilitado para pilotá-la. Familiares dos tripulantes se deslocaram para a Argentina nesta quinta para poderem acompanhar as buscas.

Aeroclube de SC acompanha as buscas 

Em nota, a diretoria do Aeroclube de Santa Catarina informou que está mantendo contato com as autoridades argentinas a respeito das buscas pela aeronave. Eles, no entanto, afirmam que não possuem novas informações sobre o paradeiro. 

O comunicado diz, ainda, que a “Diretoria, associados, colaboradores e amigos mantém corrente de orações para que boas notícias se evidenciem nas próximas horas”. 

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