A cidade na Argentina onde foi registrado o último contato do avião desaparecido com brasileiros a bordo, todos eles moradores de Florianópolis, amanheceu com céu claro nesta segunda (11), mas tem mais uma vez a previsão de tempo nublado e chuvas ao longo do dia, o que prejudica as buscas na região. Desde quarta (6), quando foi reconhecido o desaparecimento, as condições climáticas têm sido um desafio.
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A previsão para a cidade de Comodoro Rivadavia, na fria região da Patagônia, no extremo sul argentino, é do Serviço Meteorológico Nacional (SNM), a agência estatal que faz prognósticos no país e que, no fim de semana, já havia dado alertas para as chuvas e ventos na região.
Na ocasião, o serviço de busca aérea precisou ser interrompido em alguns momentos e passou a operar apenas com aeronaves de maior porte — na manhã de sábado (9), as autoridades conseguiram colocar um helicóptero no ar, mas precisaram retirá-los dos trabalhos já a partir da tarde.
As buscas já precisaram ter, no dia do desaparecimento e na quinta (7), esforços aéreos interrompidos devido às más condições do tempo. Apenas na sexta (8) o cenário pareceu melhor e permitiu a retomada total da procura pelo ar.
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Os trabalhos de busca também ocorrem pelo mar e por terra. Estão mobilizados nisso a Prefeitura Naval Argentina, autoridade marítima no país, a Armada Argentina, braço naval das Forças Armadas locais, o Exército Argentino e a Defesa Civil de Chubut.
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Na véspera do desaparecimento, o trio de brasileiros havia estado a passeio em Comodoro Rivadavia, localizada na província de Chubut, onde participaram de uma celebração pelo aniversário de um aeroclube local. Em seguida, eles foram visitar El Calafate, cidade mais ao sul do país, também na Patagônia.
Já na manhã de quarta, o avião partiu do aeroporto de El Calafate com destino à cidade de Trelew, também no sul argentino. No entanto, na metade final do trajeto, o trio fez um último contato com a base aérea de Comodoro Rivadavia. Na ocasião, outros dois aviões viajavam juntos com a aeronave agora desaparecida e chegaram ao destino.
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As autoridades argentinas à frente das buscas não comunicaram o que pode ter ocorrido com o avião. No entanto, uma hipótese foi levantada pelo presidente do aeroclube de El Calafate, Freddy Vergnole, em entrevista ao Diario Jornada. Ele esteve com o trio antes da decolagem e conversou com o piloto de um outro avião que percorreu o trecho na ocasião.
Segundo ele, por conta das condições meteorológicas, houve formação de gelo nos aviões que passaram pela região de Comodoro Rivadavia naquela altura, situação para a qual um avião pequeno não está adaptado. O gelo se acumula nas asas e produz peso sobre a aeronave, além de poder danificar o motor, exigindo habilidade do piloto para se desvencilhar da situação.
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As identidades dos três tripulantes foram confirmadas na última quinta (7) pela família de um deles. Tratam-se do empresário Antônio Carlos Castro Ramos, do ramo da construção civil de Florianópolis, do advogado Mário Pinho e do médico Gian Carlos Nercolini, conforme publicou o G1 SC.
— Os três tripulantes do avião são amigos. Todos têm seus próprios aviões e são pilotos experientes — disse Adriana Althoff, prima da esposa de Pinho, ao G1 SC.
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Toninho, como também é conhecido o empresário, é dono da aeronave e habilitado para pilotá-la. Familiares dos tripulantes se deslocaram para a Argentina na quinta para poderem acompanhar as buscas.
O avião não teve ativado até então um equipamento que auxiliaria em sua localização em caso de acidente, segundo afirma o órgão que controla o tráfego aéreo argentino, a Empresa Argentina de Navegação Aérea (EANA), também à frente das buscas.
Trata-se do transmissor localizador de emergência (ELT, na sigla em inglês), que é acionado pelo impacto de uma eventual queda ou pode ser ativado manualmente pelo piloto. O aparelho transmite sinais que podem ser capturados por uma base aérea, o que auxilia órgãos de busca e salvamento, e tem uso requisitado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em aeronaves civis, caso do avião agora desaparecido.
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