A busca por corpos de vítimas das enchentes repentinas que atingem a província de Valência, no leste da Espanha desde terça-feira (29), continua. Até o fim da manhã desta quinta (31), o pior desastre do século 21 no país já havia deixado 155 mortos, de acordo com as autoridades locais. No início da manhã, eram 95 vítimas. As informações são do g1.

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Ainda há corpos presos dentro de carros atingidos pelas enchentes, conforme o ministro dos Transportes e da Mobilidade espanhol, Óscar Puente. De acordo com ele, cerca de 80 quilômetros de rodovias no leste do país se encontram seriamente danificadas ou bloqueadas, muitas delas por carros abandonados.

Considerada a pior em décadas, enchente deixa 64 mortos em Valência, na Espanha

Um rastro de destruição foi deixado pelas enchentes provocadas por chuvas torrenciais, exigindo esforços de resgate para atender a população afetada em vários municípios no leste do país. Além de mortes em Valência, três outras pessoas morreram em outros municípios na região, dois em Castilha-La Mancha e mais uma na Andaluzia.

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Carros foram arrastados e ruas de vilarejos viraram rios. Os veículos destruídos ficaram empilhados, fios de energia caíram e móveis domésticos ficaram atolados em uma camada de lama pelas ruas.

Em alguns municípios ao redor de Valência, como Turís e Utiel, choveu o esperado para o ano inteiro.

A força da correnteza chegou a derrubar uma ponte de em Picanya, e uma mulher teve que ser resgatada de helicóptero com um cachorro no colo, enquanto a água batia no pescoço em Utiel, a oeste da cidade de Valência.

Um bebê e uma idosa também tiveram que ser resgatados da enchente por helicóptero nos municípios de Alzira, ao sul do estado, e Catarroja, ao sul da região metropolitana de Valência, respectivamente. 

Quinta-feira será de mais chuva

A quinta-feira deve ter mais chuva, de acordo com a Agência Estatal de Meteorologia espanhola (Aemet). O órgão emitiu, inclusive, um alerta amarelo de chuvas acumuladas de 20 a 30 milímetros por hora em toda a região de Valência.

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A região de Castelló de la Plana, na costa ao norte de Valência, está com alerta vermelho e com previsão de 40 milímetros de chuva acumulada por hora. Em um período de 12 horas, a previsão é de 180 milímetros.

Após a calamidade inicial, as autoridades espanholas passaram a ser questionadas sobre o que poderiam ter feito para salvar vidas. O governo local está sendo criticado por não ter enviado alertas de enchente para os celulares das pessoas até às 20h de terça-feira, quando os eventos já haviam começado em algumas áreas.

Pedro Sánchez, o primeiro-ministro espanhol, está indo para a região para testemunhar a destruição de perto. O país já declarou luto oficial de três dias. Nesta quinta-feira, Sánchez disse que a tempestade ainda não acabou e solicitou que as pessoas não saiam de casa e ouçam as recomendações dos serviços de emergência.

As tempestades que podem causar enchentes são comuns nesta época do ano na costa mediterrânea da Espanha, onde a cidade de Valência está localizada, mas esta foi a mais poderosa a atingir a região nos últimos tempos.

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Os cientistas estão atribuindo a causa do evento às mudanças climáticas, que também estão causando aumento de temperaturas, secas na Espanha e aquecimento do Mar Mediterrâneo.

Mais de mil soldados auxiliam nos resgates

Os danos das enchentes lembram um forte furacão ou tsunami, e as tempestades que atingiram a região são as piores registradas neste século, de acordo com a Aemet. Ainda segundo a agência, o impacto foi maior que as enchentes de 2019, e comparável aos dois grandes temporais dos anos 1980: a chamada enchente de Tous, em 1982, e outro em 1987.

Mais de mil soldados das unidades de resgate de emergência da Espanha se juntaram aos trabalhadores de emergência regionais e locais nos resgates e buscas por corpos.

Somente os soldados já recuperaram 22 corpos e resgataram 110 pessoas até a noite de quarta-feira, disse a ministra da Defesa, Margarita Robles. As autoridades regionais informaram que resgataram com helicóptero cerca de 70 pessoas presas em telhados e nas casas, no mesmo período.

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Em meio ao desastre, várias campanhas de doação para ajuda aos desabrigados estão sendo organizadas na Espanha. O clube Real Madrid anunciou a doação de 1 milhão de euros para os afetados.

Ainda há pessoas isoladas

As tempestades levaram as autoridades nas áreas mais atingidas a aconselhar os cidadãos a ficarem em casa. O presidente regional do leste de Valência, Carlos Mazón, disse na quarta-feira que algumas pessoas permaneciam isoladas pelas enchentes.

— Se os [serviços de emergência] não chegaram, não é por falta de recursos ou disposição, mas por um problema de acesso — disse Mazón, acrescentando que alcançar certas áreas era “absolutamente impossível”.

As regiões de Valência e de Catalunha estão sob alerta vermelho para tempestades com ventos fortes e granizo.

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Após um trem de alta velocidade com quase 300 pessoas a bordo descarrilar perto de Málaga, o serviço dos transportes ntre Valência e Madri foi interrompido, assim como outras linhas na região. As autoridades locais não relataram feridos.

Vídeos divulgados nas redes sociais durante a noite mostraram pessoas presas pelas águas da enchente e outras em árvores para evitar que fossem levadas pela correnteza.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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