As buscas ao avião que está desaparecido na Argentina desde quarta-feira (6), quando levava três brasileiros, todos moradores de Florianópolis, voltaram a ter interrupção parcial dos esforços aéreos na tarde deste sábado (9). A nova paralisação ocorre mais uma vez devido às condições meteorológicas desfavoráveis, com céu encoberto e alerta de chuva forte em Comodoro Rivadavia, cidade que registrou o último contato da aeronave.

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Por conta do clima local, o serviço de busca aérea opera agora apenas com três aviões da Força Aérea Argentina (FAA) — tratam-se de dois SAAB SF-340 e um Hércules KC-130. A informação é da Empresa Argentina de Navegação Aérea (Eana), órgão que controla o tráfego aéreo no país.

No período da manhã, quando as aeronaves já haviam precisado esperar por melhores condições antes da decolagem, havia também um helicóptero no ar. As buscas já precisaram ter, no dia do desaparecimento e na quinta (7), esforços aéreos interrompidos devido às más condições do tempo.

Na sexta (8), o cenário pareceu melhor e permitiu a retomada total da procura pelo ar. Já neste sábado, a previsão para o dia tem alerta laranja para as chuvas, terceiro nível de risco em escala do Serviço Meteorológico Nacional (SNM), a agência estatal que faz prognósticos na Argentina.

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Os trabalhos de busca também ocorrem por terra e pelo mar. Neste segundo caso, a operação é executada pela Prefeitura Naval Argentina, autoridade marítima no país. A Eana divulgou, já na noite de sexta, um vídeo de uma embarcação realizando o serviço de procura na altura de Comodoro Rivadavia, cidade costeira do sul argentino.

Na véspera do desaparecimento, o trio de brasileiros havia passado o fim de semana a passeio em Comodoro Rivadavia, localizada na província de Chubut, onde participaram de uma celebração pelo aniversário de um aeroclube local. Em seguida, eles foram visitar El Calafate, cidade mais ao sul do país, na fria região da Patagônia.

Já na manhã de quarta, o avião partiu do aeroporto de El Calafate com destino à cidade de Trelew, também no sul argentino. No entanto, na metade final do trajeto, o trio fez um último contato com a base aérea de Comodoro Rivadavia. Na ocasião, outros dois aviões viajavam juntos com a aeronave agora desaparecida e chegaram ao destino.

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As autoridades argentinas à frente das buscas não comunicaram o que pode ter ocorrido com o avião. No entanto, uma hipótese foi levantada pelo presidente do aeroclube de El Calafate, Freddy Vergnole, em entrevista ao Diario Jornada. Ele esteve com o trio antes da decolagem e conversou com o piloto de um outro avião que percorreu o trecho na ocasião.

Segundo ele, por conta das condições meteorológicas, houve formação de gelo nos aviões que passaram pela região de Comodoro Rivadavia naquela altura, situação para a qual um avião pequeno não está adaptado. O gelo se acumula nas asas e produz peso sobre a aeronave, além de poder danificar o motor, exigindo habilidade do piloto para se desvencilhar da situação.

As identidades dos três tripulantes foram confirmadas na quinta (7) pela família de um deles. Tratam-se do empresário Antônio Carlos Castro Ramos, do ramo da construção civil de Florianópolis, do advogado Mário Pinho e do médico Gian Carlos Nercolini, conforme publicou o G1 SC.

— Os três tripulantes do avião são amigos. Todos têm seus próprios aviões e são pilotos experientes — disse Adriana Althoff, prima da esposa de Pinho, ao G1 SC.

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Toninho, como também é conhecido o empresário, é dono da aeronave e habilitado para pilotá-la. Familiares dos tripulantes se deslocaram para a Argentina na quinta para poderem acompanhar as buscas.

O avião com três brasileiros desaparecido na Argentina não teve ativado até então um equipamento que auxiliaria na localização da aeronave em caso de acidente, segundo informou, na manhã desta quinta, o órgão local que controla o tráfego aéreo argentino, a Empresa Argentina de Navegação Aérea (EANA), também à frente das buscas.

Trata-se do transmissor localizador de emergência (ELT, na sigla em inglês), que é acionado pelo impacto de uma eventual queda ou pode ser ativado manualmente pelo piloto. O aparelho transmite sinais que podem ser capturados por uma base aérea, o que auxilia órgãos de busca e salvamento, e tem uso requisitado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em aeronaves civis, caso do avião agora desaparecido.

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