Os pouco mais de dois mil torcedores que foram à Ressacada na noite desta quinta-feira acompanhar o duelo entre último e penúltimo colocados do Catarinense certamente preferiam não ter visto o que viram. O que podia ser um sinal de luz em meio à crise avaiana se tornou mais um capítulo negro na trajetória do clube em 2014. A derrota em casa por 2 a 0 para o Brusque deixou o Leão na lanterna do Estadual. É assim, completamente sem rumo, que o Avaí vai para o clássico contra o Figueirense, no Orlando Scarpelli, no domingo.

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Os gols do Brusque foram marcados por Ricardo Lobo, ainda no primeiro tempo, e Kiko, na etapa final. Cleber Santana poderia ter mudado a história do jogo, mas cobrou com displicência o pênalti que daria o empate ao Avaí logo no início do segundo tempo, quando o jogo ainda estava 1 a 0.

Com a vitória, o Brusque chega a sete pontos no Catarinense e deixa o Avaí solitário na lanterna. O clube azurra segue em um dos piores momentos de sua história recente e amarga a segunda derrota em casa em menos de uma semana – na última quarta, perdeu para o Joinville. Na última colocação, o Leão soma apenas quatro pontos em seis jogos.

Primeiro Tempo

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Jogando em casa e precisando de uma boa vitória para chegar ao clássico de domingo com chances de classificação, o Avaí, com Marquinhos entre os titulares, se impôs logo de cara. Mas a pressão não chegou a ser efetiva. Em ataques esporádicos, geralmente com o estreante Roberto pela direita, o Leão até conseguiu assustar, mas em nenhum momento tirou o Brusque da zona de conforto. Os visitantes se defendiam bem e exploravam os contra-ataques.

Os ânimos acirrados atrapalharam o andamento do jogo. As inúmeras faltas marcadas no meio de campo não agradavam, bem como a arbitragem de Edmundo do Nascimento. Reclamações não faltaram. Pelo lado do Avaí, então, nem se fala. Quando Roberto tabelou com Bocão e caiu na área, aos 10 minutos, os avaianos quase foram à loucura com o árbitro, que ignorou o lance. O Brusque, que não tinha nada a ver com isso, aproveitou a desestabilidade emocional do Leão e abriu o placar em mais um lance polêmico que teve Edmundo como protagonista. Aos 30, o árbitro marcou pênalti de Bocão em Eydison, que Ricardo Lobo cobrou no canto direito e não desperdiçou.

Pressionado, o Leão não tinha outra alternativa a não ser se jogar ao ataque. O time criou bastante nos minutos finais e esteve muito perto do empate em duas oportunidades, mas a sorte que faltava ao Avaí sobrava ao Brusque. Na primeira, Cleber Santana acertou a trave em cobrança de falta. A segunda bola na trave foi em cabeçada de Betinho. Antes disso, Marquinhos já havia tirado tinta da trave em um tiro livre.

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Segundo Tempo

O Avaí voltou com o mesmo time, mas uma mudança no esquema. Roberto, que esteve mais preso ao lado direito na etapa inicial, voltou com mais liberdade para se movimentar no ataque. E a novidade deu certo: logo aos 3 minutos, o estreante foi derrubado na entrada da área e o árbitro marcou pênalti. Mas quando a fase é ruim, a bola teima em não entrar: Cleber Santana foi para a cobrança e bateu muito mal, nas mãos de Wanderson. O goleiro do Brusque voltou a trabalhar com excelência e parou o bombardeio avaiano nos minutos seguintes. Nem Betinho, nem Tinga, nem Roberto conseguiram fazer o torcedor avaiano sorrir.

A história poderia ter mudado mais uma vez para o Avaí aos 13 minutos, mas Marquinhos errou a cabeçada dentro da pequena área após bela jogada de Tinga. Era o sinal de que a noite era mesmo do Brusque. No lance seguinte, os visitantes ampliaram a vantagem com Kiko, que completou quase em cima da linha a bela jogada trabalhada por Aldair. O público, que já era pequeno, ficou ainda menor: enquanto muitos vaiavam, outros tantos deixavam a Ressacada.

Na base do desespero, o Avaí se lançou ao ataque, mas pouco fez. O silêncio das arquibancadas só não foi maior do que as vaias para Betinho quando o atacante deixou o campo para a entrada de Zangão. Foi a última tentativa de Emerson Nunes. Tudo em vão: o Brusque esteve mais perto de fazer o terceiro no contra-ataque do que o Avaí de diminuir. No final, os visitantes comemoraram muito a vitória, que tirou o time da lanterna do Catarinense. O posto ingrato agora é do Avaí, que sofreu sua segunda derrota em casa e soma apenas quatro pontos em seis jogos. E o pior é que os avaianos estão aprendendo uma lição em 2014: no futebol, não há nada que não possa ficar pior.

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FICHA TÉCNICA

AVAÍ (0)

Diego; Bocão, Antônio Carlos, Bruno Maia (Pará), Eduardo Neto; Eduardo Costa, Tinga, Cleber Santana, Marquinhos; Betinho (Zangão) e Roberto (Elivelton)

Técnico: Emerson Nunes

BRUSQUE (2)

Wanderson; João Neto, Cleyton, Néris, Tarcisio; Eurico, Elielton, Serginho, Aldair (Roberto Lopes); Ricardo Lobo (Kiko) e Eydison

Técnico: Pingo

Gols: Ricardo Lobo (B), aos 30 minutos do 1º tempo. Kiko (B), aos 15 minutos do 2º tempo Amarelos: Bocão (A); Tarcisio, Eurico e Ricardo Lobo (B)

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Arbitragem: Edmundo Alves do Nascimento, auxiliado por Josué Gilberto Lamim e Joel Alves Junior

Local: Ressacada, em Florianópolis